Sunday, June 10, 2012

RAPINAS, MENTIRAS E BASÓFIAS

Em 1994, ainda o euro não poderia ser também considerado culpado, foi publicado em Espanha "Banqueros de rapiña", a história da ascenção e queda de Mário Conde, desde a sua chegada  à presidência do Banco Espanhol de Crédito até à sua destituição seis anos depois pelo Banco de Espanha, juntamente com toda a administração, por ter criado no Banesto, o quarto maior banco de Espanha, um dos problemas de solvência mais sérios da história financeira espanhola, com uma necessidade de financiamentos de 605 mil milhões de pesetas, cerca de 6 mil milhões de euros a preços de hoje.
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Ontem, a Rajoy faltou a coragem para dizer aos espanhóis que a banca espanhola iria ser financiada através de ajuda externa em 100 mil milhões, e mandou Guindos, o ministro das Finanças dar o recado. Apareceu hoje para afirmar (vd aqui), e se afundar politicamente ainda mais:

"Sem as reformas, teria havido intervenção no Reino de Espanha", (que não foi pressionado), foi ele que pressionou, evitou falar do resgate e referiu-se ao anúncio de ontem como "um logro do executivo (anterior) e da Europa. A rematar disse que ia para o Euro 2012 porque a situação estava resolvida, tinha sido uma pena ter perdido o encontro de Nadal (em Roland Garros), e que a linha de crédito não impõe restrições macroeconómicas nem afectará o défice" .

Os irlandeses, como se esperava, já reclamaram idêntico tratamento.

A crise financeira em Espanha já vem de longe e as suas raízes mergulham em causas bastante idênticas aquelas que abalaram os países onde as ameaças de falências pairaram sobre alguns dos seus principais bancos. Desde os EUA, onde a falência do Lehman Brothers foi a excepção que fez retinir os alarmes por todo o mundo, até à Europa do Sul onde a embriaguez da construção civil e obras públicas iludiu, a quem convinha iludir, a destruição da economia reprodutiva. Se a lição das crises anteriores, e foram muitas, não foi aprendida pelos seus fautores não foi por falta de capacidade de entendimento mas pela ganância dos seus interesses próprios e dos seus coniventes.

Quando Rajoy afirma que a "linha de crédito" (que vai ser controlada pelo FMI) não impõe restrições aos espanhóis nem afectará o défice, está obviamente a mentir. Do mesmo modo que mentiu Teixeira dos Santos quando deu o recado de que os empréstimos da Caixa Geral de Depósitos ao BPN não se reflectiriam nos bolsos dos  contribuintes portugueses. Como mentirá Passos/Gaspar se afiançarem que a recapitalização do BCP, e o que mais adiante será desvendado, não será paga pelos portugueses que pagam impostos.

Pelo menos, valha-nos isso, de Passos/Gaspar não se espera a basófia de que irão até à Ucrânia ver o Euro 2012 porque os problemas das contas em euros estão resolvidas. 
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Act. - (20,00 h)
La oposición exige al presidente que explique el rescate en el Congreso
Los portavoces parlamentarios avisan que la ayuda sí tiene consecuencias para la sociedad
Toda la información sobre el rescate financiero (aqui)



LA EUFORIA DE RAJOY EN LA EUROCOPA. El presidente del Gobierno celebra en el palco el gol de España ante Italia. Antes de desplazarse al partido dijo que la situación tras el rescate estaba "resuelta". / ALEJANDRO RUESGA

3 comments:

Anonymous said...

adolfo gacio vázquez,la caída de un arcángel de romay beccaría.....

Anonymous said...

¿eta, sí; mario conde, no?

Anonymous said...

palabras del gran juez luis de la torre arredondo sobre las trabas que le ponía el fiscal fernando herrero tejedor