Merkel e Sarkozy reuniram-se ontem e decidiram que, resumidamente, a defesa do euro e da União Europeia passa pela constitucionalização dos limites da dívida, pela harmonização fiscal, pela imposição de uma taxa sobre as operações financeiras (tipo taxa Tobin), e por um governo económico chefiado por Van Rompuy. As eurobrigações, que muitos consideram serem o remédio incontornável para enfrentar os especuladores (vulgo mercados), continuam rejeitadas. E sabe-se porquê.
Segundo Schäuble, o ministro alemão das Finanças, “não haverá uma divisão de dívidas nem um apoio ilimitado”. Enquanto for necessário, os países devem ter “diferentes taxas de juro para que haja incentivo e mecanismos de sanção para forçar a consolidação”. E, nesse quadro, a emissão de títulos de dívida comuns – as euro-obrigações, são indesejáveis"
Segundo Schäuble, o ministro alemão das Finanças, “não haverá uma divisão de dívidas nem um apoio ilimitado”. Enquanto for necessário, os países devem ter “diferentes taxas de juro para que haja incentivo e mecanismos de sanção para forçar a consolidação”. E, nesse quadro, a emissão de títulos de dívida comuns – as euro-obrigações, são indesejáveis"
Se o euro forçou os políticos europeus a avançarem por caminhos federativos, a Alemanha continua a opor-se que as eurobrigações forcem definitivamente a federação de responsabilidades desamparada de meios de um governo federal.
O "governo económico europeu" parece, à partida, poder contar apenas com a taxa Tobin para poder governar alguma coisa. Por outro lado, é questionável se um governo económico europeu é orgânicamente compatível com a continuidade das actuais atribuições da Comissão Europeia. Ao anunciar a intenção de constituir um governo económico e, até, a proposta do primeiro titular para o cargo, Merkel e Sarkozy, os efectivos governantes da União (parecem, logo são) deveriam ter tido a ousadia mínima de avançar para o anúncio das alterações na superestrutura dos orgãos comunitários que as suas propostas implicam, a menos que, inconfessadamente, queiram continuar a coser a manta de retalhos para, realmente, continuarem a dominar a ribalta.
Se assim for, têm razão os que os acusam de falta de dimensão política adequada para os cargos que desempenham.
Se assim for, têm razão os que os acusam de falta de dimensão política adequada para os cargos que desempenham.
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