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À hipótese de privatização da CP sempre se ouviu que ninguém estaria interessado numa empresa que, por natureza, perde dinheiro.
Esta naturalidade parecia tão evidente que a CP nunca constou, ao que julgo saber, de qualquer lista de candidatos à privatização. E, no entanto, sempre me pareceu que a solução para a melhoria dos serviços da CP e da solvência da empresa, e não só da CP mas de todas as empresas de transportes colectivos públicos, passava pela sua privatização integral ou, pelo menos, pela privatização da exploração dos seus activos.
A notícia publicada hoje no Expresso/Economia vem abrir uma porta que parecia irremedivelmente bloqueada.
A privatização da CP (da Carris, do Metro, etc.) apenas impõe a configuração transparente dos custos que a sociedade portuguesa como um todo está disposta a transferir dos utentes para os contribuintes a título de serviço público.
E digo transparente, porque as reivindicações sindicais suportadas pela força das paragens dos transportes decretadas pelos grevistas não são apreendidas pela generalidade dos cidadãos como a exigência do aumento dos preços que alguém terá de pagar: como utentes ou como contribuintes.
Uma clarificação que a prática perversa corrente de desorçamentação dos prejuízos das empresas públicas tem impedido com as consequências que hoje são irremediavelmente notórias e dramáticas.
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