Friday, August 19, 2011

ALBERTO E DEULADEU

Jacques Delors, agora com 86 anos, afirma em entrevista concedida a dois jornais, um belga, outro suíço, que a Europa se encontra à beira do abismo. Exagero? Admitamos que sim. Mas, sem exagero, não podemos deixar de considerar Portugal em muito maus lençóis.  

E, no entanto, como diversas vezes já tenho apontado neste bloco de notas, o Banco de Portugal ainda detem (presume-se que detenha, porque nada foi informado em contrário, 382 toneladas de ouro das 865,936 herdadas do antigo regime).  

Ora o ouro, segundo as notícias mais recentes continua a subir e atingiu hoje 1877 dólares/onça troy
Em meados de Maio do ano passado, segundo cálculos referidos aqui, as 382 tons  valiam, naquela altura, cerca de 12,1 mil milhões de euros, quando o preço do ouro estava em 1244 dólares/onça. Entretanto o dólar desvalorizou-se contra o euro cerca de 13%, o que quer dizer que as nossas reservas em ouro valem, ao preço de hoje mais que 16 008 milhões de euros, ou seja, um pouco menos que 10% da dívida pública.

Faz sentido que um país esteja ameaçado de bancarrota quando detem recursos deste dimensão adormecidos?

Se Portugal se dispusesse a entregar o ouro ao BCE não teria, só essa iniciativa, o condão de amansar os credores? As regras não deixam? Alterem-se as regras.
Como dizia o Alberto, é estúpido continuar a fazer o mesmo e esperar resultados diferentes.
Aliás, foi também o que pensou Deuladeu.

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Aqui, o que pensa o actual ministro da Economia & etc., acerca do asssunto.
Aqui, uma explicação das regras pelo BP
Alemães qurem que Espanha e Itália vendam o ouro, aqui
M Cadilhe propôs a venda do ouro para indemnização a funcionários dispensáveis, aqui 

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