Para o cidadão comum que lê estes desatinos e percebe que com eles lhe estão a ir ao bolso, o pagamento de impostos deixa de ser uma participação cívica para se tornar num roubo. Não admira, portanto, que, aqueles que podem, se esquivem ao golpe abusador, e os que não podem fiquem revoltados. Só os coniventes ou os inconscientes assobiam para o ar ou nem dão pelo apito.
O que se passou, e continua a passar com o BPN, é paradigmático da forma como são frequentemente usados de modo irresponsável os dinheiros públicos, pela simples e linear razão de serem dispersos e não contarem com meios de defesa os assaltados.
Dando de barato que a nacionalização do BPN se impunha para evitar um mal maior, não havia, e continua, por maioria de razão a não haver, nada que justifique a continuação de um banco e uma marca que, toda a gente que não sabia ficou a saber, estava inçado de vigarices. Só por razões obtusas que são privilégio de algumas sumidades se podem manter abertas as portas de uma instituição de descrédito à custa dos contribuintes. Se a intenção era garantir o funcionamento das operações de modo a evitar o pânico e responsabilizar os culpados, por que não integrou a massa falida na CGD, venderam as instalações desnecessárias e dispensou o pessoal dispensável?
Se, ao fim e ao cabo, os contribuintes têm de pagar aquilo que a justiça é incompetente para recuperar, não teria sido, não continua a ser, preferível acabar com o estafermo que quanto mais vive mais mama dos impostos que pagamos?
Confrontados com estas manobras perigosas do governo o que dizem os da oposição? Que a nacionalização foi um erro. E assim dão por encerrada a sua intervenção. Perante o tipo que se afoga não se dispõem a ajudar a resgatá-lo mas a encolher os ombros: Quem o mandou ir para a água?
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