Friday, December 10, 2010

A POSTA DO VASCO

"Eleito, Cavaco dissolverá o Parlamento e correrá com Sócrates. Alegre com certeza que não. A eleição de Janeiro é um plebiscito a Sócrates", Valente Vasco, dixit, no Público de hoje.

Pelo andar da carruagem, quando soubermos os resultados das eleições, que podem não ser resolvidas na primeira volta, ainda que Alegre fique claramente distanciado de Cavaco Silva, a situação financeira do país continuará em estado muito complicado, sem perspectivas de recuperação à vista. Se, nestas condições, o Parlamento é dissolvido, como supõe V Vasco, o arraial das eleições para deputados irá agravar ainda mais a imagem de instabilidade e os seus reflexos nas negociações de novos empréstimos (2011  é um ano sobrecarregadíssimo) só poderão ser negativos.

De modo que não encontro na posta de V Vasco qualquer consistência para considerar que a votação para as presidenciais possa conduzir a uma decisão de dissolução da Assembeia da República.

A menos que Aníbal Cavaco Silva entendesse premiar Sócrates, desvinculando-o do ónus da execução das medidas que a situação de crise impõe e castigar Passos Coelho, com ou sem Portas*, chamando-o, ou chamando-os, a pegar no tição em chamas. Que, inevitavelmente, o, ou os, esturricaria a curto prazo. 

Partindo do princípio que Sócrates perderia as legislativas subsequentes às eleições. O que, sendo muito provável, não é uma certeza. 

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* P Coelho dizia há dias que só aceitará o poder após eleições. Dias depois afirmava que, se fosse vencedor das próximas legislativas, não pretendia que o PSD governasse sozinho.

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