Pergunto a um tipo que passa
notícias deste país
E o tipo diz, por chalaça,
´tá toda a gente feliz!
(noque, noque, noque)
- Entra!
- Vossa Alteza, dá licença que entre o nosso primeiro?
- Sim! manda-o entrar!
- Bom dia Manel!, tudo bem contigo? Mandaste chamar-me?
- Bom dia Manel!, tudo bem contigo? Mandaste chamar-me?
- Ah, ainda és tu? Estava à espera de César.
- Não Manel, por enquanto "o nosso primeiro" ainda sou eu.
- Bem, bem, discutiremos isso mais tarde. Mandei-te chamar para te dar conta do que há que fazer imediatamente...Para já vamos avançar com aquela ideia das coroas...
- Das coroas? Quais coroas, Manel? Não me recordo de termos falado em coroas. Continuamos fiéis à ética republicana, não continuamos, Manel?
- Continuamos mas vamos abandonar o euro! Abandonamos o euro e lançamo-nos às coroas!
- Seria mais fácil relançar os escudos. Temos as chapas guardadas, é só voltar a imprimi-las.
- Nunca gostei dos escudos, e agora menos. Recordam-me a longa noite do fascismo. As noites assombradas do fascismo, as noites da escuridão, as noites na prisão. Alguma vez estiveste preso?
- Por enquanto, não.
- Não tardará. Mas vamos ao que importa, para já. E, para já, tenho um plano...
- Vamos a ele.
- Uma decisão desta natureza tem de ser convenientemente preparada, mantida em sigilo, e executada com rapidez e determinação, por forma a impedir a fuga de capitais e a corrida aos bancos. Isso implica o seu controle público durante algum tempo. Com a experiência adquirida na introdução do euro, é possível uma inversão rápida para as coroas.
- Achas?
- Não acho, tenho a certeza. Falei com um rapaz ligado ao bloco*, e a coisa faz-se. Precisamos é de manter sigilo máximo.
- Disseste isso ao tipo do bloco?
- Disse o quê?
- Que o assunto é altamente sigiloso.
- Claro que não disse nem era preciso dizer. Foi ele mesmo que disse.
- Com certeza Manel. Mas, segredo conhecido por dois deixou de o ser, segundo ouvi dizer, desculpa a rima.
- Disseste isso ao tipo do bloco?
- Disse o quê?
- Que o assunto é altamente sigiloso.
- Claro que não disse nem era preciso dizer. Foi ele mesmo que disse.
- Com certeza Manel. Mas, segredo conhecido por dois deixou de o ser, segundo ouvi dizer, desculpa a rima.
- Dois, quais dois? Só vejo um. Onde é que está o outro?
- Pois já não está. Saiu.
- Há apenas uma pequena correcção a fazer relativamente ao que tinha calculado...
- E que é...?
- Não vamos dar quinhentas coroas por cada euro. Não vale tanto. Vamos dar 300. Por cada euro trezentas coroas. Para o ano aumentamos para quatrocentas e no terceiro ano, portanto em 2014, atingiremos as quinhentas. Pelos meus cálculos, nessa altura teremos o maior rendimento por cabeça da Europa.
- Mas, Manel, nessa altura os euros foram-se.
- Pois foram. E, depois? Quem nos vai impedir de entregar trezentas a quem tem quatrocentas e quatrocentas a quem tem quinhentas. A Merkel?
- A Merkel? Quem é que falou na Merkel?
- Onde é que estão as máquinas?
- As máquinas?
- ...
- Ah, as máquinas, já sei, as máquinas... Não sei.
- Pois tu, "o nosso primeiro" não sabe onde param as máquinas?
- Não sei mas mas "o nosso defesa" sabe com certeza. É só telefonar...
- Nem penses. Amanhã já, tínhamos o caldo entornado pela uiquiliques.
(noque, noque, noque)
- Vossa Alteza dá licença que entre "o nosso defesa"?
- Telefonaste-lhe?!!!!
- Não saí daqui.
- Manda-o entrar! ... Que se passa?
- Peço desculpa Manel, mas temos um problema na fronteira...
- ...
- Os nossos observadores fronteiriços detectaram um número anormal de espanhóis a caminho de Elvas.
- E, então? Estamos na Páscoa, não estamos?
- Pois estamos. Mas nunca se viu tanto espanhol a caminho da fronteira.
- E, então?
- Então, não sei se devemos deixá-los entrar.
- Trazem euros?
- Trazem pesetas. A Espanha abandonou, hoje mesmo, o euro.
- E ninguém soube de nada?
- Surpresa completa.
- E que pretendem esses espanhóis?
- Pois suponho que querem trocar as pesetas por euros. Estão a oferecer 1000 pesetas por cada euro.
- Mil pesestas?!!! C´um carago! O que nós nos atrasámos!!! Temos de acelerar, temos de acelerar...A propósito, onde param as máquinas?
- As máquinas?...
- As rotativas, homem?! O "nosso primeiro" não sabe. Tu, sabes?
- Ah as rotativas!!! Estão...
- Não digas! Ninguém, mais ninguém pode saber onde estão!...
- Muita gente sabe...
- Mas ninguém mais sabe que vamos imediatamente para lá!
- Vamos?...
- Eu, tu e "o nosso primeiro". Recalculando, Zé, por cada euro mil e quinhentas coroas. Não vamos começar por baixo deles.
- E os espanhóis, entram ou mando-os de volta?
- Boa pergunta...Deixa-os entrar. Um segredo bem guardado vale bem meia dúzia de duros furados.
-...
- Segurança: Vai à rua e manda parar um táxi.
----
- Mas, Manel, nessa altura os euros foram-se.
- Pois foram. E, depois? Quem nos vai impedir de entregar trezentas a quem tem quatrocentas e quatrocentas a quem tem quinhentas. A Merkel?
- A Merkel? Quem é que falou na Merkel?
- Onde é que estão as máquinas?
- As máquinas?
- ...
- Ah, as máquinas, já sei, as máquinas... Não sei.
- Pois tu, "o nosso primeiro" não sabe onde param as máquinas?
- Não sei mas mas "o nosso defesa" sabe com certeza. É só telefonar...
- Nem penses. Amanhã já, tínhamos o caldo entornado pela uiquiliques.
(noque, noque, noque)
- Vossa Alteza dá licença que entre "o nosso defesa"?
- Telefonaste-lhe?!!!!
- Não saí daqui.
- Manda-o entrar! ... Que se passa?
- Peço desculpa Manel, mas temos um problema na fronteira...
- ...
- Os nossos observadores fronteiriços detectaram um número anormal de espanhóis a caminho de Elvas.
- E, então? Estamos na Páscoa, não estamos?
- Pois estamos. Mas nunca se viu tanto espanhol a caminho da fronteira.
- E, então?
- Então, não sei se devemos deixá-los entrar.
- Trazem euros?
- Trazem pesetas. A Espanha abandonou, hoje mesmo, o euro.
- E ninguém soube de nada?
- Surpresa completa.
- E que pretendem esses espanhóis?
- Pois suponho que querem trocar as pesetas por euros. Estão a oferecer 1000 pesetas por cada euro.
- Mil pesestas?!!! C´um carago! O que nós nos atrasámos!!! Temos de acelerar, temos de acelerar...A propósito, onde param as máquinas?
- As máquinas?...
- As rotativas, homem?! O "nosso primeiro" não sabe. Tu, sabes?
- Ah as rotativas!!! Estão...
- Não digas! Ninguém, mais ninguém pode saber onde estão!...
- Muita gente sabe...
- Mas ninguém mais sabe que vamos imediatamente para lá!
- Vamos?...
- Eu, tu e "o nosso primeiro". Recalculando, Zé, por cada euro mil e quinhentas coroas. Não vamos começar por baixo deles.
- E os espanhóis, entram ou mando-os de volta?
- Boa pergunta...Deixa-os entrar. Um segredo bem guardado vale bem meia dúzia de duros furados.
-...
- Segurança: Vai à rua e manda parar um táxi.
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* falou com este rapaz, segundo a uiquiliques
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