Sunday, July 31, 2011

MAL ATÉ AO FIM


E nós, os contribuintes, pagamos 2,4 mil milhões de euros! Pelo menos. Pode ser muito mais.
Curiosamente, o debate acerca do TGV continua a merecer discussão que só não é mais acesa porque a dívida nos ameaça afogar, mas pouco ou nada se reclama de esclarecimento de um caso que vale cerca de 130% do investimento no tal TGV.

Depois de uma nacionalização pouco justificada e muito mal formalizada, o governo anterior arrastou a solução de uma forma incompreensível e só possível por que quem tinha de decidir, e não decidiu, em tempo oportuno, não tinha nada perder, para além da que lhe compete como contribuinte (se paga impostos...). A Caixa, a quem foi cometida a responsabilidade da gestão do roubo, portou-se mal, como é geralmente seu timbre*.

Foi preciso chegar a troica para que o estafermo tivesse uma solução.

Má, porque tardia, e sob pressão do ultimato estrangeiro. Também má porque, chegado ao ponto a que chegou, a menos má solução seria a falência pura e simples e a venda dos salvados.

Quando, manifestamente, há mais banca em Portugal do que aquela que a economia justifica, porquê manter uma entidade que perdeu toda e qualquer sentido, para continuar a existir à custa dos contribuintes ? 
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Seguindo uma prática que tresanda a tradição esconsa, o presidente da CGD foi promovido a presidente não executivo de um Conselho de Administração que passou a contar com 11 membros, tantos quantos os ministros do actual Governo.
Já o ex-governador do Banco de Portugal, por ignorar a grande farra em que se tinha tornado o BPN, foi promovido a vice do BCE.

PARA LÁ DO TETO AMERICANO

Debt ceiling: 10 lessons beyond that crisis

By Barry Ritholtz
The debt ceiling is hanging heavy over our heads. But that’s not the only reason it looks dark down here. We’ve got some major and prolonged challenges: ongoing debt issues, structural unemployment, a housing overhang and continued economic frailty.

How did we get here? Well, by way of a financial crisis, stock market collapse, bank bailouts and, of course, the Great Recession — and a good many moments of poor judgment.

Given the drama of the debt-ceiling debate, this is a good moment for investors and policymakers alike to look back over the past decade at the mistakes made by our institutions, private sector and government.

If this were a college final exam, it would be in essay form. But because it’s summer, and most of you are out of school, consider this the answer key to that exam.




DESCONFIANÇA GLOBAL

30 JUL 2911

O Presidente do BPI disse numa conferência recente (Fórum da Banca) que enquanto se lembrar do que o mercado de capitais lhe fez não quer voltar ao mercado de capitais.

E acrescentou: “ Nunca ninguém nos disse que não estávamos a gerir adequadamente o banco. E, a determinada altura, o mercado desapareceu (…) Em 2007, o BPI tinha um rácio de “core capital” de 5%, rendibilidade dos capitais próprios de 22% e “rating” da Moody´s de A+. Hoje tem um rácio de capital que é quase do dobro (9%), rendibilidade inferior a 10% e um “rating” de BBB, pouco acima de junk (…) O capital não garante bom “rating” (então) mais capital para quê? (…) e foi isso que a troca não entendeu, criando o risco de o País precisar de mais ajuda do que aquela que precisaria caso exigisse aos bancos portugueses os mesmos rácios que são impostos nos países não intervencionados. Num quadro destes, pode ter criado a inevitabilidade das nacionalizações parciais com os 12 mil milhões de euros que emprestou ao País”.

A questão do crédito, como Ulrich sabe tão bem como qualquer outro banqueiro, está para lá dos valores dos balanços, dos bancos ou das empresas não financeiras, e decorre do graus da confiança dos credores na capacidade dos devedores honrarem as suas dívidas nos prazos acordados. No limite, a um banqueiro não seria necessário um cêntimo para estabelecer banca se quem lhe confiasse o seu dinheiro tivesse a garantia real que seria infalivelmente reembolsado nos termos contratados.

Acontece que a banca portuguesa se encontra extremamente vulnerabilizada pela exposição a que se submeteu em dívida soberana, principalmente, portuguesa e grega. Para além, evidentemente, das imparidades (um termo praticamente desconhecido em 2007) só muito parcialmente reconhecidas nos balanços de créditos a empresas e famílias, um gato escondido que a troica facilmente detectou pelo rabo exposto.

A banca, não só em Portugal mas também em Portugal, encontrou na dívida soberana, directa ou indirectamente, nas produções protegidas da concorrência externa, na construção civil e obras públicas, um meio confortável e supostamente seguro de exibir lucros explêndidos que garantiam aos banqueiros rendimentos estratosféricos e aos bancários ordenados invejáveis.

Um dia, já lá vão muitos anos, disse a Ulrich que de tanto ordenhar a vaca escanzelada, o animal cairia mais tarde ou mais cedo em cima do ordenhador. Respondeu-me que os bancos não poderiam falir.

Percebe-se o desconforto de Ulrich, mesmo que ao BPI tenha sido reconhecida a melhor solidez de entre os bancos portugueses, incluindo a CGD, no recente teste de stress que envolveu os maiores bancos da EU, mas a banca portuguesa, para além de outras eventuais razões de queixa, só pode queixar-se de si própria na medida em que durante anos definiu a sua política em função dos resultados esperados de curto prazo, sem ter querido reparar que o estado português caminhava para uma situação financeiramente insustentável e a economia real, a vaca, cada vez mais escanzelada.
As árvores não crescem até aos céus, e as dívidas também não.

Como é que os banqueiros não sabiam isso?

Claro que sabiam. Mas não quiseram saber. Agora, desconfiam todos uns dos outros.

E o que mais intriga é que quanto ao cerne da questão, no sistema continua tudo como dantes.

Friday, July 29, 2011

O JOGO DA CABRA CEGA

Depois dos juízes, agora foram advogados foram apanhados a copiar.
Marinho Pinto defende que os 12 estagiários deviam ser expulsos da Ordem dos Advogados.

Marinho Pinto é Bastonário da Ordem dos Advogados. Não pode expulsá-los?

A GRÉCIA

segundo Huntington*.

Greece is not part of Western civilization, but it was the home of Classical civilization which was was an important source of Western civilization. In their opposition to the Turks, Greece historically have considered themselves spearcarriers of Christianity. Unlike Serbs, Romanians, ou Bulgarians, their history has been intimately entwined with that of the West. Yet Greece is also an anomaly, the Orthodox outsider in Western organizations. It has never been an easy member of either EU or NATO and has difficulty adapting itself to the principles and mores of both. ( ... ) Its behavior as president of the EU´s Council in 1994 exasperated other members, and Western European officials privately label its membership a mistake. (...) With respect to the conflits in former Yugoslavia, Greece separated itself from the policies pursued by the principal Western powers, actively supported the Serbs, and blatantly violated the U.N. sanctions levied against them. (...) Overall Greek foreign policies have assumed a heavily Orthodox orientation. Greece will undoubtedly remain a formal member of NATO and the European Union. As the process of cultural reconfiguration intensifies, however those memberships also undoubtedly will become more tenous, less meaningful, and more difficult for the parties involved. The Cold War antagonism of the Soviet Union is evolving into the post- Cold War ally of Russia.

*The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order" (1996)

O MAL É QUASE GERAL

A grande diferença é que uns estão muito pior que outros.

Obama tenta obter um acordo que lhe permita aumentar a fasquia da dívida e reduzir o défice. O nervosismo que se apoderou dos mercados financeiros desde há uns meses e se exacerbou nos últimos dias, com particular destaque para o dia de hoje com a aproximação da data limite para os EUA evitarem um default ainda que muito temporário, também se pode avaliar pelo comportamento dos câmbios das principais moedas e pelas cotações do ouro.

O ouro atingiu hoje um novo máximo histórico: 1.637,50 dólares por onça em Nova Iorque.
O franco suíço ganha destacadamente a todas as principais moedas:

Contra o euro - 14% em meados de junho relativamente a junho do ano passado. Hoje situava-se 21% acima.
Contra a libra - 20% e 27%, respectivamente.
Contra o dólar - 31% e 41%
Contra a coroa norueguesa - 14% e 19%
Contra a coroa sueca - 10% e 15%
Contra a coroa dinamarquesa - 14% e 22%
Contra o yen - 16% e 21%.

Nos últimos doze meses, também contra o franco suíço
O dólar australiano perdeu 9%
O dólar canadiano perdeu 23%, uma perda  idêntica à das principais moedas europeias.
Afinal de contas nem só na Zona Euro a moeda treme.

TÍTULOS DO DIA

Riscos da Dinamarca e Bélgica atinge valores recorde
A crise das dívidas leva ouro a fixar máximo histórico
O metal precioso valorizou para um novo preço recorde, numa altura em que se receia que os Estados Unidos entre em incumprimento da dívida e depois de a Moody’s ter ameaçado cortar o "rating" de Espanha.

Obama warns on rating as GDP slows

Thursday, July 28, 2011

TÍLIA

Uma das consequências positivas da mudança de governo foi a redução da crispação política que a personalidade do anterior primeiro-ministro provocava sempre que acontecia confrontar-se com  oposição, parlamentar ou qualquer outra.

Pode considerar-se a cena indecente de anteontem na Sic Notícias entre o não senhor Alfredo Barroso e a não senhora Teresa Caeiro um incidente avulso, protagonizado por dois actores menores, sem raízes no actual estado de confronto político e social moderado pelo bom senso que os interesses do país requerem?
Assim seja.

Ligo esta tarde a Antena 1 durante alguns minutos, e ouço um deputado do CDS a defender as propostas do Governo que reduzem as indemnizações por despedimento para novos contratos. Após juntar os argumentos passou ao ataque ao PS, num registo engrossado, desafiando-o a honrar os compromissos assumidos no acordo tripartido com a troica e a não se refugiar atrás de detalhes meramente dilatórios. E rematou: o desemprego jovem já atingiu os 27% e esta calamidade é da exclusiva responsabilidade do PS!

Não é. Qualquer cidadão minimamente informado e mentalmente honesto sabe que não é. O PS terá gordas culpas no cartório mas a situação actual não é da sua exclusiva responsabilidade. O País elegeu há bem pouco tempo um novo arco parlamentar e dele resultou um governo de maioria. Não é previsível, salvo um acidente político demasiado extraordinário, que este Governo não cumpra o acordo com a troica e dure o tempo da legislatura. Que interesse têm os partidos do governo em revolver o passado recente, sobejamente conhecido, se não há eleições à vista? Se as eleições de algum modo justificam a redução de civismo e respeito mútuo...

Por outro lado, que interesse tem o PS em invocar razões mínimas para escapar aos compromissos a que se obrigou se o calendário eleitoral lhe impõe a condição de oposição por uma legislatura? 

Defendi, desde há muito tempo, que a situação extremamente crítica do país requeria um governo que incluisse todos os partidos do chamado arco governamental, aliás todos eles subscritores do acordo com a troica. Os vencedores das eleições de Junho não entenderam assim e quiseram, só eles, pegar no imbróglio.

Esperemos que a autosuficiência de uns e as ânsias de poder dos outros não venham a comprometer irremediavelmente o cumprimento dos compromissos e a nossa continuidade na zona euro e na UE.

INDULGÊNCIAS FISCAIS

Fiscal indulgences

MICHAEL MUNGER, a professor of political science at Duke University, insightfully compares "tax expenditures" to the Catholic church's practice of selling indulgences, which fomented the Reformation by sending Martin Luther into fit of righteous pique. Mr Munger reminds us that

Indulgences were "get out of purgatory free!" cards. Of course, it was the church that had created the idea of purgatory in the first place. Then the church granted itself the power to release souls from purgatory (for a significant fee, of course).

As Luther put it, in his Thesis No. 27, "as the penny jingles into the money-box, the soul flies out."

If high tax rates are a sort of purgatory (and who doubts it?), then tax credits are indeed akin to indulgences. Mr Munger writes:

We let people out of tax purgatory if they own large houses, if they receive expensive health insurance from their employer, if they produce sugar or ethanol, or any of thousands of special categories. These categories have nothing to do with need (is there a national defense justification for a protected sugar industry?), but instead depend on how much these sinners are willing to pay to members of Congress.

"As the campaign contributions jingle into the campaign funds, the tax revenues fly out", he adds. As a result, "we have categories within categories within subgroups, all at different prices, deductions or exemptions that release some elites from the published tax rates."

Mr Munger observes that America's blockheaded debt-ceiling debate flows in part from a bipartisan commitment to the medieval theology of our tax code:

The Republicans in Congress are prepared to sacrifice our immortal debt rating to the proposition that not one penny increase is possible, even though almost no one actually pays those rates.

The Democrats in Congress like high rates, so that they can sell indulgences.

Republicans depend on selling indulgences, too, Mr Munger is keen to stress. Bowles-Simpson recommended closing some of the tax code's most egregious loopholes. But the political incentives led President Obama to refuse the chance to go after tax expenditures; he has mostly pushed for higher rates. This is all incredibly depressing. You know we're in trouble when Mr Munger, one of our sharpest scholars of political economy, is unable to offer useful advice beyond calling for a reformation, "a Martin Luther to speak out and tell the truth".

I think many millions of Americans believed that the tea-party movement marked the beginning of a real reformation, yet the tea-party animals in Congress, in the thrall of Grover Norquist's anti-tax fanaticism, have been among those most intransigently opposed to bringing clarity and fairness to our tax code. When Tom Coburn, a staunchly conservative senator from Oklahoma, set forth a "grand bargain" proposal that would cut $9 trillion in spending, including $1 in tax expenditures, Mr Norquist denounced it as a "$1 trillion tax hike plan". But Mr Coburn is right when he argues that Tax expenditures are not tax cuts. Tax expenditures are socialism and corporate welfare. Tax expenditures are increases on anyone who does not receive the benefit or can’t hire a lobbyist…to manipulate the code to their favor.

Mr Coburn, who is a bit loose with his use of "socialism", may not be the Luther Mr Munger is looking for, but I haven't heard from anyone more Luther-like on this issue. Mr Munger identifies Mr Obama with the Pope, for mostly ignoring Simpson-Bowles, but I nominate Grover Norquist instead for his role as pontiff of the increasingly corrupt supply-side faith.

Which reminds me of a charmingly opinionated philosophy professor from Texas I once met. He told me the story of his conversion in adulthood from Catholicism to the Orthodox church. With each mention of the despised "Pope of Rome", he feigned to spit on the ground. Try it with "Grover Norquist". It's satisfying.

QUANTO VALE UM EURO?

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Wednesday, July 27, 2011

NO PAÍS DOS NÃO SENHORES

A cena indecente que registei atrás, não mereceria que se perdesse tempo com ela, considerando o baixo nível em que se colocaram os protagonistas, se por detrás daquelas atitudes não ressaltassem curiosas deformidades culturais da generalidade das elites portuguesas. Destaco duas:

A primeira, considerar-se alguém insultado por outrem porque esse outrem o considerou senhor. Parece anedótico mas é assim mesmo. Há cerca de cinco anos, coloquei aqui algumas notas sobre o tema, que o tempo não desgastou. Muito pelo contrário, tanto ou mais que ontem, ser senhor numa terra destas continua a ser, para algumas sumidades, considerado uma infâmia, pelo menos.

Aconteceu, fatalmente, naquela cena indecente: Alfredo Barroso (sem senhor atrás, ele não se indignaria) sentiu-se insultado porque Teresa Caeiro (sem senhora, para não ofender a senhora) o tratou por senhor Alfredo Barroso... Como insulto com insulto se paga, segundo estes não senhores, Barroso referiu-se depois a Caeiro tratando-a por senhora Teresa Caeiro ...
Uma cena de telenovela brasileira do tempo dos coroneis.

A segunda, o do argumento da experiência, do diploma ,  (dos anos, dos anos de prisão), quando escasseiam outros argumentos. Barroso tinha confrontado Caeiro com as propostas dos partidos do Governo (quando eram oposição) com as realizações (escassas) e as contradições em matéria de impostos. Para Caeiro, Barroso não tem experiência governativa para entender o que se passou; Barroso devolveu o mimo a Caeiro, e o frente-a-frente estragou-se por completo.

E, no entanto, Caeiro poderia ter dito a Barroso que o PSD (antes de ser governo) tinha tentado obter do Governo um conjunto de informações sobre as contas do Estado (através de cartas enviadas por E. Catroga ao Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e ao Primeiro-Ministro) que não foram dadas e as cartas consideradas lesivas dos interesses nacionais.
Poderia, se as cartas tivessem sido enviadas por Paulo Portas.

CENA INDECENTE

No frente a frente da SIC Notícias entre Teresa Caeiro e Alfredo Barroso, os ânimos exaltaram-se depois de Barroso citar um texto do Expresso. A troca de insultos foi constante e Mário Crespo teve de pedir desculpa por não conseguir moderar o debate. (Veja o vídeo aqui )

Tuesday, July 26, 2011

RUA MISTA


Depois de ter obtido a licença de conduzir nunca mais li o Código da Estrada. Passados tantos anos, é bem provável que me escape ao conhecimento um ou outro sinal de trânsito. Quando é o caso, redobro as cautelas e, na primeira oprtunidade, tento perceber a função do bicho. 

Ontem, dei de caras com este da fotografia. Mais explícito não pode ser: estava numa rua mista, onde há  casas com árvores, árvores plantadas na rua, e trânsito pedonal de adultos, de adultos com crianças, de crianças a jogar à bola, de ciclistas e de automóveis, tudo a uma velocidade máxima de 20 km/hora.  

Tanto quanto julgo saber o conceito rua mista não está previsto no CE e o sinal não consta da lista oficial. Há liberdade para iniciativas locais? Não tenho nada contra. Mas se a moda pega Portugal vai parecer ainda mais arraial do que já é.

Se a troica deixar.

WE ARE THE PEOPLE

SEIS SAÍDAS PARA O DESCONHECIDO

Six Possible Paths Ahead in the Debt-Ceiling Debate
By Jay Newton-Small Tuesday, July 26, 2011

According to President Obama, Congress has become mired in negotiations to raise the debt ceiling and trim federal deficits. The way ahead is unclear – every path has hurdles, if not roadblocks, obstructing the way. As Congress rapidly approaches the Aug. 2 deadline to raise the debt ceiling and avoid a government default on its credit obligations, there are now six possible paths forward:

The House bill passes: House Speaker John Boehner declared on Monday night that there is “no stalemate in Congress.” His way forward is a bill that, until Sunday, he was drafting with Democratic congressional leaders. The bill would enact $1.2 trillion in cuts immediately and then empower a commission – a variation of an idea put forth by Senate Majority Leader Harry Reid – to scour entitlements and other spending to find another $1.8 trillion in cuts over the next six months. Congress would then hold a second vote on these cuts and to raise the debt ceiling through December 2012. Democrats object to holding two votes – if raising the debt ceiling is hard now, imagine doing it in the middle of the 2012 primary season (the Iowa caucuses are on Feb. 6). They also don’t like the prospect of cutting entitlements.

Even Boehner’s own conference is not enamored with the plan. A coalition of several dozen right-wing members who support a more stringent House plan, known as Cut, Cap and Balance, which failed to pass the Senate, panned Boehner’s proposal on Monday. And when asked if he could get even a majority of Republicans to vote for his plan, given the GOP criticism, Boehner in a press conference deferred to House Majority Whip Kevin McCarthy, who said that they hoped to get Democratic support given that five Dems voted for their Cut, Cap & Balance bill. “We ask all Democrats that want to join with us to put this House on the right path that they could join with us on this bill,” McCarthy said. Unfortunately for them, they are going to need a lot more than five Democratic votes, which is unlikely. Without strong support in the House and tepid Republican support in the Senate, Boehner’s plan faces many obstacles to becoming law.

The Senate bill passes: Senate Majority Leader Harry Reid walked away from talks with Boehner on Sunday, opposed to the idea that the country should or could handle two debt votes in the next year. Instead, he is proposing a debt ceiling increase offset by $2.7 trillion worth of cuts. The plan is potentially appealing on paper as it meets House GOP criteria that 1) the debt ceiling increase through the 2012 elections must be offset by an equal or greater amount of cuts – $2.4 trillion according to the Treasury — and 2) it must not include any new revenue increases. This, Democrats say, is a major concession: that they are willing to give trillions of dollars in cuts without any shared pain from the GOP in the form of tax increases. Republicans argue that Reid’s bill is full of gimmickry. For example, more than $1 trillion of the “cuts” are savings from accelerated troops draw downs in Iraq and Afghanistan. But Republicans counted savings the same way in the $6.2 trillion budget introduced by Paul Ryan. The plan also includes a commission, though this one would not look at entitlements and the second vote would lack the teeth of an accompanying debt ceiling increase. Obama and Democrats feel this is the best way forward, but it remains to be seen if Reid’s plan – or anything for that matter – can pass the House.

The Senate & House bills are combined: There’s only a week left till the deadline, but – theoretically – if both chambers end their game of chicken and pass their own bills by the end of the week, House and Senate leaders could go through a quick conference process to reconcile their differences. There are many similarities between the two bills and the two chambers could bang out a compromise over the weekend and ram it through both chambers before the deadline. The likelihood of the bills passing, the leaders getting along and both chambers passing a new version in time is not good. But, it’s still a distant possibility.

The Grand Bargain comes back: Sure, Obama and Boehner twice tried to take the political leap on a grand bargain of $4+ trillion in cuts. And they got really, really close. Boehner said on Fox News Sunday that his final offer still remains on the table. And, frankly, the calculus that got both of them interested in a grand bargain remains the same: the political cost of doing something small is similar to the cost of doing something big, so they might as well go big. If Boehner’s bill fails to launch in the House, he has all the more reason to go back to the negotiating table with the President, rather than swallow the Senate bill. And the President has said that the only circumstances under which he’d accept a short-term extension is if they were hammering out the details of a big deal. But, as Boehner also said on Fox on Sunday, it is “hard to put humpty dumpty back together again.” And after the grand bargain shattered twice – three times if you count House Majority Leader Eric Cantor’s abandoning of Vice President Joe Biden’s deficit negotiations – there’s not a lot of trust left.

No deal is reached: The markets don’t seem to think this is a possibility — and for my 401(k)’s sake, I certainly wish it wasn’t. But the two parties have never been further apart on a deal than they were on Tuesday. It’s hard to imagine who finally gives in. And, so, it’s not irrational to predict that the Treasury Department will have to take radical action in suspending government services to avoid a default after Aug. 2. Despite every congressional leader’s confidence that a deal will be struck, no leader actually has a path to prevent it. That’s terrifying.

Some combination of all of the above: With so few viable options, it’s not hard to imagine that the deadline is missed and the ensuing panic forces Congress to enact some combination of 1-4. Or they go right up to the brink and some combination of 1-4 happens. As Doc Brown from Back to the Future said, “Road? Where we’re going there are no roads.”

Read more: http://swampland.time.com/2011/07/26/six-possible-paths-ahead-in-the-debt-ceiling-debate/#ixzz1TE3HVU8m

O JOGO DA CABRA CEGA

Ontem o Público noticiava que o director dos Assuntos Fiscais da Madeira era acusado de fraude e branqueamento de capitais, em despacho de acusação de duzida pelo Departamento Central de Acção Penal (DIAP).
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À noite, ficámos a saber que, apesar da acusação, o director continuaria em funções. Mais: Alberto João Jardim, também ele agora comentador político, numa das suas intervenções semanais na TVI24, afirmava que o artigo do Público era uma calúnia do jornal do senhor Belmiro de Azevedo engendrada por um jornalista afecto ao Partido Socialista. 
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Uma história mil vezes repetida neste país de opereta política: o jornalista, neste caso, noticia e revela a fonte, o político acusado de fraude e branqueamento de capitais, com responsabilidades máximas na área das finanças públicas regionais, nem se demite nem é demitido; o chefe dele, não comenta a acusação mas acusa o jornalista de caluniar e o senhor Belmiro de Azevedo, sugerindo subliminarmente a mão deste a guiar a mão do jornalista. 

Daqui a uns anos, o processo prescreveu, o jornalista esqueceu, e o director continua a dirigir os assuntos fiscais e outras coisas mais. 

Monday, July 25, 2011

NÃO SÓ A GRÉCIA

Greece needs a new political culture
(c/p here)
By Gideon Rachman

There are not many luxury hotels that allow stray dogs to lie sprawled across their entrance. So I was charmed last week to come across the “Greek riot dog”, sheltering from the summer heat, on the steps of the Grande Bretagne, the smartest hotel in Athens. The yellow pooch has become famous on YouTube because of the enthusiasm with which he participates in anti-government demonstrations. He may soon be back in action.

To secure the fresh funds promised by the eurozone last week, the Greek government has had to commit to years of strict austerity. The country’s future seems to promise blood, sweat and tear-gas.

The Greek elite is struggling to keep its nerve, under enormous pressure. One government minister says that for the past 18 months, “every week has brought a new catastrophe”, adding: “It is like a war. The country is in huge danger.”

Without new loans from Europe and the International Monetary Fund, the Greek government would have run out of money within months. The payment of wages and pensions might have stopped and banks could have collapsed. Greece also imports most of its food and energy – and that too could have been threatened.

Yet while the fear of a sudden collapse has receded for now, the threat of a slow squeeze, crushing the Greek economy and causing social and political turmoil, is still very much alive. At present, Greece suffers from unemployment of 15.8 per cent and youth unemployment of about 40 per cent. The country is entering its fourth year of recession. Salaries have been cut, taxes are going up, shops and businesses are closing and bank lending is non-existent. Something like 25 per cent of Greeks already vote for parties of the extreme left or right.

Yet talking to the Greek elite left me feeling both sympathetic and exasperated. Almost everybody accepts that as George Papandreou, the prime minister, put it last week: “We want a different Greece.” It is widely agreed that the political system is corrupt and dysfunctional; rewarding the well-connected and punishing the honest and the enterprising.

And yet there is still a sense of entitlement and inertia, particularly among those who are used to benefiting from the state’s largesse. One liberal economist in Athens sighs that “Greek tricks” mean that there is less to many of the reforms enacted than meets the eye.

Despite a series of austerity packages, state spending has actually gone up over the past year. In part, this is because of an increasing bill for unemployment benefit. But it is also because the government has been keener to wave the axe, than actually to wield it. Whilst the private sector has haemorrhaged jobs, no public-sector workers have actually been laid off – they have all simply been put into a “jobs bank” on reduced wages. All members of parliament still have the right to their own official car – a privilege that is not enjoyed by German MPs. As a British taxpayer and therefore (via the IMF), a contributor to the Greek budget, I was irritated to discover that all Greek students still have a constitutional right to a free, university education – and spend an average of more than seven years over their degrees. British students will be charged up to £9,000 ($15,000) a year in tuition from next year.

The European Union has contributed to Greece’s something-for-nothing culture by pouring money into the country over the past 30 years. Greece has benefited from billions of euros of grants for agriculture and infrastructure. That money was channelled through government ministries, controlled by political parties that used European funds as a form of patronage. And yet, as part of an effort to restore growth to the Greek economy, the EU has just agreed to hand over another €17bn ($25bn) in new grants (not loans) to Greece. It is hardly surprising that northern European taxpayers feel upset about this.

If Greece is to do more than simply stagger from bail-out to bail-out, the country needs a profound change in its political culture. Some dramatic acts are needed, to start to push Greece in a new direction.

Here are four ideas. First: crack down on corruption by making some high-profile arrests of senior officials and businessmen. Second: close down the notoriously inefficient and corrupt government tax collection agency and replace it with a foreign, private contractor. Third: completely change the way in which European funds are spent. Disbursing the coming euro-billions through the usual channels will perpetuate corruption and waste. The money should be spent via an independent agency – supervised by EU officials – that lends directly to small businesses. Finally: cut taxes.

Cutting taxes would, of course, be a very tough sell to Greece’s European partners, since it hardly seems consistent with an effort to close the budget deficit. But lower taxes that were actually paid and collected would do more for business and government finances than the current dysfunctional system.

If Greece can successfully reform, it might even become an example to the rest of Europe – rather than a burden. For, as nervous bond-investors have noticed, while Greece’s problems are extreme, they are not unique. Similar problems of high debt, corruption and clientelism beset bigger and more systemically-important EU nations, such as Italy.

Greece has been promised new money. Now it needs a cultural change. Otherwise the country really is going to the dogs.

E O SANGUE?

O grupo de crianças, entre os sete e os treze, acompanhadas de pais ou avós, andara pelo Castelo de S. Jorge numa visita guiada em que, de modo adequado à idade dos participantes jovens, tinham sido explicadas as origens do castelo, a evolução das suas muralhas, as vicissitudes das batalhas que nele se travaram, as armas usadas, o cerco do castelo pelos cruzados, a rendição dos árabes derrotados pela fome, pelas doenças, pelos ataques dos sitiantes.

A terminar, visitaram uma reconstituição (a possível, mas bem feita) de uma das casas do bairro islâmico que integram o campo arqueológico. Alguém perguntou onde eram os quartos, uma mãe perguntou onde era a cozinha, um pequeno perguntou onde era as casas de banho.

Tinha acabado a sessão de perguntas quando outro jovem do grupo se saiu com esta para a guia:
E o sangue?
O sangue? Que sangue?, estranhou a guia.
O sangue das batalhas todas, esclareceu o jovem.

Começa cedo, pensei. Mas talvez tenha pensado mal. 

NA SENDA DO SANGUE

(Enviado ao Provedor do ouvinte da Antena 1
provedor.ouvinte@rtp.pt)

Senhor Provedor,

Ouço na Antena 1 esta manhã que está em Oslo um enviado especial da RTP para reportar o ambiente à volta do local onde vai ser ouvido o monstro/louco norueguês. Minutos depois, começa a reportagem. O enviado especial debita o que já sabemos. E sente-se bem acompanhado. Estão lá vinte estações de televisão de todo o mundo. Sente-se que o enviado especial, para além de especial, é um enviado feliz.

Feliz, não tanto pelas ajudas de custo que lhe vão pagar, pela oportunidade de uns dias em Oslo, por mais uma saída em serviço ao estrangeiro, mas pela oportunidade que lhe concederam para estar no sítio para onde o mundo, de repente, se recentrou.

Ouvem-no sequiosos, certamente, milhões de radio ouvintes e indignados meia dúzia de caretas que julgam estas deslocações mais uma das paródias com que se gastam os dinheiros dos impostos.

A mim não me admira nada que casos como este do monstro norueguês ocorram de vez em quando mesmo em sociedades geralmente consideradas pacíficas. A humanidade, para além dos instintos primários de bestialidade que a evolução não depurou, tem, costuma dizer-se, gente capaz de tudo.

Acontece que os media, também eles ávidos do sangue que lhes aumenta as audiências, ao promoverem os protagonistas destes actos tresloucados através de intermináveis reportagens põem a salivar os candidatos ao próximo morticínio.

Não há remédio para esta loucura generalizada?
Receio que não.

Pela minha parte, e não me sendo consentido ir mais além, venho protestar contra o envio especial, inútil e perigoso, que a RTP mais uma vez decidiu com o meu dinheiro.

Pelo menos não me sintirei, também eu, culpado do próximo.

Sunday, July 24, 2011

RECORRENTE

"Deixamos a liberdade eliminar-se a si própria? Será que vamos um dia ser tão livres que nem podemos sair de um abrigo?"* (aqui)

Boa questão. Mas quem define os limites do razoável?

Nas sociedades democráticas é (deve ser) o poder legislativo considerando os valores morais prevalecentes.

Nos EUA, como sabe, a posse legal de armas tem sido objecto de discussões intermináveis mas a maioria tem mantido esse direito quase ilimitado mesmo após carnificinas abomináveis. Mas é esse o querer (por enquanto) da maioria e a vontade da maioria expressa pelo voto é o alfa e o ómega da democracia.

Se a lei consente os tablóides estes só podem ser condenados se se posicionarem à margem das leis. Mas devem ser condenados nos termos da lei se exorbitarem os limites.

Não vejo que possa ser, democraticamente**, de outro modo.

E você?
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* A propósito do apontamento de ontem "Se o porco gosta".
** Pelo respeito e pela reserva, que Ramos considera postergados pelo mito  democrático, considerava Salazar a política como "o conjunto de meios de natureza individual e colectiva pelos quais a consciência pública é levada a um estado de adesão ou simples conformidade com os objectivos do Governo e colabora com o Poder na sua realização" (Discursos, IV, 274)
Os líderes chineses de hoje não dirão exactamente isto mas procedem exactamente de igual modo.

Saturday, July 23, 2011

SE O PORCO GOSTA

A propósito do "escândalo das escutas" que levou Murdoch a tribunal e está a abalar o seu império, Rui Ramos defende hoje no Expresso ( A democracia tablóide) que, pelo perverso status atingido pelo magnata que decidia eleições, tinha polícia por sua conta e abolira o direito à privacidade, Murdoch será tão culpado quanto a culpa do endividamento é dos bancos e a dos tabagistas dos fabricantes de cigarros. A democracia, no Ocidente, é também isto: o sistema pela qual passa a responsabilidade a quem nos dá o que pedimos.  

Colocada a questão nestes termos afigura-se que, se R Ramos fosse chamado a julgar Murdoch, o absolveria e mandaria em paz. Afinal de contas, Murdoch, que foi requestado por todos os políticos britânicos desde Thatcher a Gordon Brown, limitou-se a explorar o maior mito da democracia ocidental nas últimas décadas: o de que o respeito e reserva servem apenas para encobrir a corrupção e a malevolência de um "establishment" que precisa de ser devassado e exposto, se necessário for ilegalmente, para que haja democracia.

Intencionalmente ou não, Ramos cruza dois planos que, obviamente, requerem abordagens distintas: o da transferência da culpa e o da transparência democrática. Quanto ao primeiro, aos exemplos dados por Ramos podem opor-se outros menos digeríveis mesmo para um liberal de sete costados. Se Ramos absolve os fabricantes de cigarros também absolve os produtores e os traficantes de droga? Se Ramos absolve os bancos pelo crédito concedido, também absolve todos quantos, sem calcular riscos, vendem o que têm para vender sem cuidar da capacidade para pagar de quem lhes compra? Ramos sabe que não é assim. Ramos sabe que os custos dos riscos desmedidos dos bancos são pagos pelos contribuintes.

Quanto ao segundo, o da transparência democrática, ela sustenta-se do princípio primordial da democracia: a liberdade de expressão, que não deveria, também neste caso, ser sonegada por Ramos. Ao omitir esse factor fundamental, Ramos condena a democracia de tablóide (que eu também condeno) endossando a responsabilidade da sua existência para a avidez dos leitores, telespectadores e radio ouvintes, por escândalos de qualquer espécie. Uma conclusão que leva, subliminarmente pelo menos, à condenação da democracia. Até porque, segundo os pressupostos utilizados, o respeito e a reserva serão atributos contrários à vivificação democrática no Ocidente (porquê no Ocidente? Ramos não diz).

Tudo isto porque Ramos também esquece nesta sua análise da existência de um pilar essencial da democracia: a Justiça. É a ausência ou o adormecimento desta que está na origem do enorme entorse democrático que Ramos observa. Um estado democrático é, indissociavelmente, um estado de direito. O abuso da liberdade deve, enquanto abuso, ser condenado nos termos da lei, mas não poderá nunca justificar uma abusiva limitação dela. 

Friday, July 22, 2011

CALDER

Nasceu há 113 anos, recorda-nos o Google, hoje.


Na foto, o grande mobile instalado na nave central da National Gallery, Washington DC.

ESTADOS UNIDOS DA EUROPA

Nunca tanto se falou de federação europeia, nunca tantos comentadores políticos se afirmaram federalistas como nos dias de hoje, perante o aperto da dívida a que estão sujeitos os europeus dos geralmente designados países periféricos. É, natural, portanto, que o federalismo seja muito mais invocado a Sul que a Norte.

Os federalistas assumem que só uma integração política europeia mais profunda poderá solucionar radicalmente os problemas que a adopção de uma moeda única veio colocar num contexto caracterizado por uma diversidade muito significativa dos níveis de desenvolvimento económico entre os seus membros.

Subsistem, a subsistirão sempre, aqueles que se colocam na posição diametralmente oposta e se recusam a aceitar uma integração que, mesmo a longo prazo, signifique a perda de independência política cujos contornos, contudo, eles próprios não saberão definir com  precisão mínima. Uma parte destes, acusa o euro da confusão instalada com a crise das dívidas soberanas  mas, geralmente, não sabe como pode recuar-se sem que os custos do recuo sejam mais dramáticos que os dos avanços.

Uns e outros esquecem-se que a construção da Europa não se faz sobre terreno deserto e terraplanado. A construção a União Europeia assemelha-se muito mais a uma reconstrução do que a construção de obra nova. E sabe-se que as reconstruções são sempre muito mais complicadas. 

A União Europeia será, um dia, aquilo que livremente os europeus desejarem. Apesar das acusações de antidemocracidade sobre os processos de decisão da sua constituição, geralmente oriundos de sectores eurocépticos,  a União Europeia é um espaço de liberdade onde todos o cidadãos são chamados indirectamente a intervir. Como em todos os processos democráticos, também os que definem os caminho da UE são longos e demorados.

Há uns cinco anos li "The United States of Europe" da autoria do norte-americano T.R. Rey. Estou a reler. Seis anos após a sua publicação, a perspectiva de T.R.Rey é excessivamente lisonjeira. E daqui a vinte? Daqui a vinte, se existir União Europeia chamar-se-á "Estados Unidos da Europa"

Thursday, July 21, 2011

LUCIAN FREUD

Morreu hoje, em Londres. Tinha 88 anos


Naked Girl with Egg", uma obra da autoria do pintor britânico, pode ser vista, desde a passada sexta-feira, na Fundação EDP, no Porto, no âmbito da exposição “My Choice”, composta por obras da colecção do British Council seleccionadas por Paula Rego para a Casa das Histórias, em Cascais.
c/p aqui
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act. Lucian Freud detinha o recorde da obra mais cara de um artista vivo. Roman Abramovich, o (também) dono do "Chelsea",  pagou 33,6 milhões por "Benefits Supervisor Sleeping"  em 2008. Vd aqui
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O BENEFÍCIO DO INFRACTOR

Moral hazard of saving Greece again
By James Mackintosh

Dick Fuld is not a good role model for anyone, least of all the embattled Greek prime minister, George Papandreou. But Mr Fuld, who oversaw the decline and fall of the Lehman Brothers empire, is the obvious parallel for Mr Papandreou, as policymakers and banks fall over themselves to warn that a Greek default would prompt chaos akin to Lehman’s collapse.

There are many similarities in the rise of Greece and Lehman. Both were given far too much money far too cheaply by investors, who paid too little attention to the risks they were running. Both used off-balance sheet structures to hide their growing debts. Both had leaders – Mr Fuld and Mr Papandreou’s predecessors – who had every incentive to keep borrowing and ignore the underlying problems.

There are plenty of differences, of course. Lehman’s extensive art collection was no rival to the Parthenon, and, powerful as Mr Fuld was, he did not have fighter jets under his command.

But the biggest distinction is that Lehman was allowed to fail. Greece, for now, has been propped up.

In that sense, Greece is more like Citigroup, or perhaps – given it has so far only received loans – Goldman Sachs. These too-big-to-fail banks were rescued once Lehman provided a real-life demonstration of systemic risk.

So what happens if the European Central Bank gets its way, and Greece is rescued again? For investors, that would be good news: the risk of default goes away for a while. The danger is that Greece becomes a sort of global benefit scrounger: addicted to handouts and unwilling to work.

The problem is moral hazard. Just as with the biggest banks, Greece knows it is too big to be allowed to fail. Just as with the biggest banks, that means it can drag its feet on reform – right up to the point where lenders, or regulators, come up with a realistic threat.

In the case of the banks, regulators are being given proper powers, which banks are trying to counter with political lobbying. In the case of Greece, though, lenders have few serious threats that would not hurt them as much, or more, than Greece. There is no mechanism for kicking Greece out of the euro, and simply refusing to give the country more money would destroy the credibility of rescues of Ireland and Portugal.

Even when lenders do have leverage over countries, the incentives created by bail-outs end up encouraging hopes of future rescues – and so encouraging bad behaviour in the form of unsustainable borrowing.

According to research by Alma Lucía Romero-Barrutieta, Aleš Buliř and José Daniel Rodríguez-Delgado, published by the International Monetary Fund, the lesson of debt relief to the third world is that it will be followed by rising debts.

They looked at the case of Uganda, given some form of debt relief on average every three and a half years for the 24 years to 2006. It was the first country to have debt cancelled under the heavily indebted poor countries initiative, and had further debt cancelled later by international institutions. As a result it reduced debt from a peak of 102 per cent of economic output in 1992 (even then below Greek levels) to just 12 per cent in 2007. It is now rising again.

The researchers argue that the expectation that they will be able to keep writing off debt distorts incentives, by encouraging borrowing and consumption instead of investment. Almost everyone would borrow if they knew they could avoid having to repay. (To some extent the ease of default under US bankruptcy laws may help explain the high levels of both personal and corporate indebtness: it is much less risky to borrow than in countries where bankruptcy comes with legal and social stigma.)

According to the researchers’ model, debt is higher and investment lower than it would have been without debt relief. As a result, the model they built suggests a country receiving debt relief ends up 20 per cent poorer thanks to the distorted incentives.

This is not such a serious issue when private debt markets rule. While bond investors in the eurozone exercised all the vigilance of a Greek tax collector, they do tend to remember miscreants. A country that defaults may be able to borrow again quickly, but will find it harder to borrow to excess.

Greece is currently facing a version of the Ugandan experience. If European governments prove willing to keep extending it loans, why would it want to put its house in order? Only if there is a serious threat money will dry up would it have an incentive to act.

European governments are not managing to provide that incentive, because of the fear that Mr Papandreou could inflict as much damage on them as Mr Fuld did. Finding a way to allow Greece to default without taking down Europe’s banking system, Ireland or Portugal is the only way to allow its future borrowing to be policed properly – preferably by private sector investors who have suffered from the default.

ACERCA DO ME(S)MO : 9

"não sei se o Governo faz bem em aumentar o preço (dos transportes públicos)..." (aqui)

Caro ZP,

Faz mal.
O problema é que não pode deixar de fazer mal. Está escrito no acordo com a troica . Veja aqui sff (já que a página do Ministério das Finanças parece ter sido retirada):
.
"Iremos preparar um relatório abrangente sobre as 10 empresas do SEE que colocam potencialmente maior risco orçamental para o Estado (acção prévia - prior action ). Até ao final de Julho de 2011, iremos alargar a cobertura deste relatório, para incluir todas as grandes empresas do SEE para: (i) concluir os planos concretos de redução dos custos operacionais gerais das empresas do SEE em, pelo menos, 15% em relação aos níveis de 2009; (ii) rever a estrutura das tarifas, a fim de reduzir a subsidiação, e (iii) aplicar tectos da dívida mais apertados, a partir de 2012 em diante..."

Podia ser diferente? Poderia ter sido diferente. Como?

Do meu ponto de vista, os transportes públicos devem ser contratualmente subsidiados. Acontece que durante anos e anos andou tudo em roda livre. Prevaleceu a desorçamentação, o mesmo é dizer que as dívidas do SEE não eram assumidas como dívida pública mas os bancos continuaram a emprestar porque, realmente, essas dívidas tinham o avale do Estado. Nestas condições, o desastre era inevitável.

Depois, partiram a CP em várias empresas, com vários CA, com vários departamentos, com vários directores, etc. E para quê? Se daí tivesse resultado uma gestão responsável que permitisse solucionar os problemas de uma empresa envelhecida, comprender-se-ia. Mas não. A Refer é, no essencial, a antiga Divisão de Via e Obras que ocupava a ala erquerda do terceiro andar do edifício de Santa Apolónia e milhares de trabalhadores espalhados por todo o país onde passava o caminho de ferro. Criou-se uma empresa que não criou mais nada.

Como os seus principais clientes são a CP e a CP Carga (outra invenção peregrina) e ambas são altamente deficitárias, as clientes não pagam à Refer e a Refer não paga a quem deve.

Mas há mais: No tempo da Divisão de Via e Obras (o ZP ainda não era nem sonhado) os milhares que trabalhavam na via recebiam o que lhes pagavam sem reclamar.

Entretanto, a coisa mudou muito e os ferroviários, assim como todos aqueles ligados aos serviços públicos, passaram a ter direito a uma coisa a que muitos têm mas não podem usar: a greve. E se não lhe atendem as reinvidicações, param os comboios, os autocarros, os barcos, os hospitais, as escolas, as finanças até.

E (quase) toda a gente achou bem esse direito que é universal mas só alguns usam, porque só eles, realmente, podem usar. De cada vez que há aumentos dos serviços públicos há aumentos do preços dos serviços prestados, não sei se está ver?

Esse aumento pode ser diferido através do endividamento mas um dia aparece.

Aí está ele.

TRUNFO É OUROS

c/p aqui

Gold and the Swiss franc
Flight to safety
Investors push up the price of gold and the Swiss franc

WHEN the going gets tough, investors buy two assets: gold and the Swiss franc. Gold's all-time peak in real terms was in 1980 when inflationary fears were particularly intense. That followed a long period of Swiss-franc strength in the 1970s, which forced the government to impose negative interest rates in a bid to dissuade foreigners from opening bank accounts in the currency. With investors now worried about European sovereign debt and the crisis over the American debt ceiling, it is not surprising that both assets are popular again. Gold has been hitting nominal highs, while the Swiss franc has reached a record in real trade-weighted terms (ie, against the country’s trading partners). The Swiss have both a fiscal and a current-account surplus, a low inflation rate and a relatively low debt-to-GDP ratio.

Wednesday, July 20, 2011

O JOGO DAS ESCONDIDAS

sem comentários.


Saldo global do subsector Estado atinge os 6,15 mil milhões de euros. Regularização de responsabilidades financeiras a concessionárias de infra-estruturas rodoviárias é uma das explicações

O Estado Central chegou a meio do ano com um défice orçamental de 6,15 mil milhões de euros. Trata-se de um valor que triplica os 2,1 mil milhões que tinham sido acumulados até Maio.

Segundo a síntese de execução orçamental de Julho, referente ao período de Janeiro a Junho deste ano, e divulgada há poucos minutos pelo Ministério das Finanças, a deterioração acentuada do saldo global do subsector Estado terá ficado a dever-se a um aumento mais acentuado da despesa em relação aos primeiros cinco meses do ano.

Enquanto as receitas globais do Estado registaram um crescimento de 15,6% em relação ao período de Janeiro a Maio, as despesas totais deram um salto com mais do dobro da magnitude: 37,2%.

Segundo a síntese de execução orçamental, “o decréscimo menos acentuado da despesa efectiva observada no primeiro semestre relativamente ao mês precedente “é justificado, essencialmente, pela inversão do comportamento da despesa com juros e outros encargos”, que cresceram 0,7% em Junho contra uma redução de 29,2% em Maio, e “pela regularização, no mês de Junho, de responsabilidades financeiras do Estado a concessionárias de infra-estruturas rodoviárias”.

Apesar desta operação, as Finanças sublinham que em contabilidade nacional, o método que releva para o Eurostat para efeitos de apresentação de resultados, “já foi imputada às necessidades de financiamento líquidas das Administrações Públicas relativas a anos anteriores”.

POR QUE É QUE NÃO SE FALA DISTO?

Tenho apontado neste caderno que tão importante quanto exportar é reduzir as importações: qualquer dos dois factores tem idêntica influência na balança de pagamentos, no défice externo, na dívida externa. Há importações que não são susceptíveis de redução, porque suportam proporcionalmente algumas exportações (matérias primas, componentes, etc., que não são produzidas nem  economicamente viável produzir em Portugal). Todas as outras são susceptíveis de serem reduzidas em maior ou menor grau: ou por produção interna ou por redução dos consumos que lhes dão origem.

Se quanto às primeiras (substituição por produção interna) as medidas que os governos (central e local) possam lançar para a promoção desse objectivo não terão nunca, pela sua natureza, efeitos imediatos e garantidos, já quanto às segundas (redução de importações por alteração dos hábitos) dependem de medidas governamentais grande parte dos objectivos possíveis.

E, no entanto, o discurso corrente insiste na necessidade do aumento das exportações e esquece uma necessidade idêntica: a redução as impoortações e, particularmente, aquelas que podem ter resultados quase imediatos.

Os portugueses gastam mais com os combustíveis dos carros do que com a energia em casa, segundo informação do INE conhecida hoje. Os números revelados pelo INE respeitam a 2010 e, devido à crise, sabe-se que aumentou nos últimos tempos o número de utentes dos serviços colectivos de transportes A redução dos consumos de combustíveis, entre outros,  estará a contecer pelas piores razões.
As medidas anunciadas para restringir o estacionamento nos grandes meios urbanos em muitos casos não passa, do anúncio ou de tímidas penalizações aos infractores. O trânsito em Lisboa, por exemplo, continua   caótico, o estacionamento anárquico em muitas zonas da cidade e nas suas entradas.

Foram aumentados os preços de parqueamento mas o vandalismo, frequentemente, incumbe-se de sabotar as medidas tornando as máquinas inoperacionais. Se fosse proibido estacionar em locais sem máquinas operacionais seriam os próprios interessados em estacionar a denunciar os vândalos e não a tirar proveito dos vandalismos. Se o tempo de estacionamento fosse limitado a um máximo de duas horas nos centros das cidades desabituar-se-iam os adeptos do porta a porta de fazer da rua o seu parque de estacionamento.

Por exemplo.

SE FOSSE FÁCIL FAZER JÁ TINHA SIDO FEITO

Eurozone: An elusive debt resolution
by Peter Spiegel

As recently as a month ago, it appeared that a second bail-out of Greece would be a relatively straightforward affair. As with previous rescues cobbled together by the European Union and its lending partner, the International Monetary Fund, staff economists would estimate Athens’ financing hole over the next three years (about €115bn), agree a reform programme with the government and start writing cheques.

But instead, European leaders have been drawn into one of the most agonised debates seen since the eurozone debt crisis erupted nearly two years ago. It has sowed confusion in financial markets and pushed borrowing costs for the third- and fourth-largest eurozone economies – Italy and Spain – to 6 per cent, levels some analysts believe are not sustainable.
The confusion stems from the interlocking, and sometimes conflicting, problems facing European leaders.
Greece’s debt burden – expected to hit 172 per cent of gross domestic product next year – is, for example, so large that it may never get paid. Officials cannot acknowledge this, however, for fear of spooking bondholders into believing default is at hand. Similarly, private investors face political pressure to bear the burden of a new bail-out – but among the largest investors in Greek bonds are Greek banks, which would take huge losses (and need more international aid) if their holdings were cut in value.
“Every time we resolve one issue, two more come up,” says a senior European official involved in the deliberations.
The conflicting problems are compounded by conflicting institutions. Almost every participant in the debate – Athens, the European Central Bank, the IMF, the European Commission and national capitals – holds different and sometimes mutually exclusive interests.
The Frankfurt-based ECB, for instance, is responsible for making sure Europe’s banking sector remains solvent. But the sector (as well as the ECB itself) holds vast quantities of peripheral bonds – meaning any undermining of their value could hit their capitalisation levels, limiting their ability to survive a Lehman-like collapse. The German government, on the other hand, under pressure from the Bundestag, wants some of those banks to accept less than they were originally promised for their bond investments.
The result: Frankfurt and Berlin are at – increasingly tetchy – cross purposes. Can the square be circled? Officials say if it was easy to do, it would have been done by now.
There is intense pressure on the Germans and the Dutch to drop their insistence that bondholders pay a price, a stance that has held up an agreement and led to most of the market panic. But Berlin and the Hague argue that without bondholder participation a new deal will not be credible, since it will not lower Greece’s overall debt burden.

Around and around it goes. With just a day to go before an emergency summit in Brussels on Thursday, European officials say they will get a deal done in time. “There needs to be a very clear political agreement on all the elements,” says the European official. However, the battle to determine the exact nature of that deal will go right to the wire.


PROBLEM 1: THE FIRST RESCUE PACKAGE WAS NOT BIG ENOUGH

Solution: European leaders have agreed in principle to a second bail-out, needed to fill an estimated €115bn hole in Greece’s budget during the next three years.
The first package was too optimistic, particularly on Athens’ ability to return to financial markets to raise money for government operations. Under the current plan, agreed in May last year, Athens was supposed to raise €10.9bn in long-term loans from the bond market in March 2012, and €44.1bn between mid-2011 and mid-2013. With Greek 10-year bonds currently trading with interest rates above 18 per cent, officials have been forced to accept that this is impossible. More bail-out money is needed to fill the gap.
Players Behind the drive for a new bail-out is the International Monetary Fund, whose rules prevent it disbursing aid to a country without ensuring it has all the cash it needs for the next 12 months.
Dominique Strauss-Kahn’s resignation as IMF chief in May complicated matters. Officials say he had indicated he would be more lenient towards the European Union, and would not require it to quickly agree a new bail-out. But John Lipsky, who as IMF interim head had less political room to manoeuvre, pushed hard for a concrete new plan. George Papandreou, Greek prime minister, formally requested another bail-out late last month.
While the eurozone portion of the current bail-out is funded by loans directly from individual countries, the current and new packages are likely to be combined into a single IMF-EU programme totalling as much as €170bn – with the eurozone contribution coming from the European Financial Stability Facility, the €440bn bail-out fund.

PROBLEM 2: GERMAN, DUTCH AND FINNISH VOTERS ARE AGAINST FUNDING ANOTHER BAIL-OUT
Solution Leaders in all three countries have pushed for private holders of Greek bonds, mostly European banks, to shoulder part of a second bail-out. The original idea, proposed by Germany, was to persuade them to accept a delay in repayment on the €85bn worth of debt due in the next three years.
A more detailed version of this plan, again backed by Germany, would offer bondholders the chance to swap current holdings for new bonds not due for another seven years. Despite the “voluntary” nature of the plan, rating agencies threatened to rule it a “selective default”, as investors would not receive their full returns and officials would probably rely on coercion to win broad participation.
Attention then shifted to a less onerous French-backed alternative, where banks would agree to invest in new Greek bonds as soon as their holdings matured. But rating agencies ruled that this plan would also constitute a default, which sent negotiators for the EU and the banks back to the drawing board.
Players Pressure for private bondholder participation has been led by Wolfgang Schäuble, German finance minister, and Jan Kees de Jager, his Dutch counterpart. Both governments have promised their parliaments “significant” and “quantifiable” bondholder commitments, despite pressure from bodies such as the European Central Bank to drop the demand.
Leading negotiator for the banks is Charles Dallara, managing director of the Institute of International Finance. In a policy document given to EU leaders last week, he put the French and German plans on a list of possible tacks to which the banks would agree.
PROBLEM 3: GREEK BANKS BEING DRAGGED UNDER BY THE DEBT CRISIS MAY ALSO LOSE EMERGENCY FUNDING
Solution: Highlighting the dual nature of the problem, European officials are working on a two-pronged approach. First, they are trying to tailor the bail-out so that any cut-off of European Central Bank funding would be temporary. They are also discussing plans to inject capital into Greek banks.
The most immediate threat is of a Greek default on its bonds, which would trigger an ECB cut-off. For months Greek banks have relied on the ECB for low-cost loans to run day-to-day operations. But the ECB requires “adequate” collateral – and the banks’ primary form of collateral is Greek bonds, which would be nearly worthless if they were in default. Eurozone officials are looking for ways to conjure up to €20bn in guarantees to enable continued borrowing from the ECB. Alternatively, the ECB may allow the Greek central bank, headed by George Provopoulos, to provide emergency loans.
A default would also probably force international lenders to recapitalise Greek banks as one of their other large sources of capital – Greek debt – would be significantly devalued.
Players Jean-Claude Trichet, ECB president, has driven this debate with his no-default stand. Others on the ECB’s governing council have been yet more adamant, since there are signs Mr Trichet could relent if even one of the major rating agencies decides against declaring default on whichever plan is adopted.
All Greek banks would probably need a capital injection if there were a bond default but those with particularly large holdings include National Bank of Greece, with a total of €12.9bn; EFG Europank, with €8.7bn; and Piraeus, with €8.1bn.

PROBLEM 4: FEARS OF A GREEK BOND DEFAULT HAVE LED TO A RUN ON SPANISH AND ITALIAN BONDS

Solution: Officials will emphasise that the plan to involve private shareholders in a Greek bail-out is aimed at Athens alone. But it could prove tough to convince investors.

To be fair, some of the panic in Italy is self-inflicted, with prime minister Silvio Berlusconi choosing exactly the wrong moment to pick a public fight with Giulio Tremonti, his respected finance minister. But Spain has been hit hard by “contagion” despite its exemplary implementation of reforms, its spending cuts and the overhaul of its banking system.


The cause of investor concern is the debate over Greece. If European leaders have reached the point at which they are actively considering defaults and debt restructurings for Greece, what is to stop them doing the same for Ireland and Portugal – which have also been bailed out – or for Italy and Spain? Moody’s, the rating agency, stated when it recently downgraded Irish and Portuguese debt that the shift in European attitudes towards defaults was a primary motivator in their decision.

Players Moody’s and the other leading rating agencies, Fitch and Standard & Poor’s, will play a significant role in deciding whether EU efforts to convince markets private bondholder participation is limited to Greece is credible.
Italian and Spanish officials believe they have done as much as they can to reassure investors – including rushing through a €47bn Italian austerity programme in recent days – and are hoping a quick decision on the specifics of a Greek bail-out at the Brussels summit on Thursday will end the assault on their sovereign bonds. Mr Berlusconi’s spat with Mr Tremonti continues to cause concern, however.

PROBLEM 5: ATHENS’ DEBT BURDEN IS TOO BIG TO BE PAID OFF

Solution: The overall Greek debt burden stands at €350bn. The most significant new suggestion for reducing it is to use the European Financial Stability Fund to finance a large bond buy-back plan – a scheme that could also be adopted by Ireland and Portugal. Although the EFSF does not have the power to conduct such a plan, it could lend Greece the funds to make the purchases itself.

Because Greek debt currently trades significantly below face value, investors would take a “voluntary” loss when selling their bonds in a buy-back – but would at least receive something for their investment. In return, Athens would retire the bonds and cut its debt burden. As Greek bonds are now trading at about 60 per cent of face value, a €30bn buy-back programme could wipe €50bn off the balance sheet.
Germany, which has long resisted this plan, looks ready to concede. It also looks more conciliatory on another point: lowering the rates Ireland, Portugal and Greece pay on their EFSF bail-out loans. Originally, all bailed-out countries had to pay 300 basis points above the EFSF’s cost of borrowing, a punitive rate meant to discourage bail-outs.
Players Mr Trichet has been pushing to use the EFSF for bond buy-backs, and has supporters within the European Commission, especially Olli Rehn, the EU’s most senior economic official. Mr Rehn, backed by José Manuel Barroso, commission president, is also a prime advocate for lower interest rates.
Angela Merkel, German chancellor, and Mark Rutte, Dutch prime minister, would be making a significant climbdown if they backed the bond-buying scheme since they fiercely resisted it six months ago.