Tuesday, February 03, 2009

YES THEY CAN!

Claro que é possível que o sistema financeiro bata no fundo, e com ele o sistema monetário, a economia total, o desemprego massivo, as convulsões sociais imparáveis, o proteccionismo, a xenofobia, o racismo, a desintegração da União Europeia, a guerra.
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O artigo de Willem Buiter publicado no Financial Times de anteontem (Yes We can have a global depression) é uma reflexão muito séria sobre as consequências dramáticas a que a crise, que se desenvolve de forma ainda não apercebida por muitos, pode levar, se aqueles a quem compete tomar as medidas radicais que as circunstâncias exigem continuarem pusilânimes a quererem agradar a gregos e a troianos.
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Se, uma após outra, as empresas enveredarem pela redução dos seus quadros, dentro de pouco tempo todas estarão reduzidas a uma actividade latente. Se o downsizing continuar o equilíbrio do mercado será encontrado no abismo para onde se terão entretanto encaminhado todas as forças que costumam chocar o ódio entre os povos.
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Américo Amorim , que acaba de anunciar o despedimento de 195 trabalhadores do sector onde começou a enormíssima fortuna que tem, é um lamentável exemplo caseiro do capitalismo sem escrúpulos que provocou a crise, a potenciou e agora se escusa a pagar uma franquia, para ele, inexpressiva. E não há nada a fazer? Tem de haver, tem de haver.

10 comments:

António said...

Boa noite.
Tem de haver.
E há.
Mas para quê arranjar umas chatices a pôr a funcionar? Mexer nessas coisa é ir contra a possibilidade de futuros tachos para os afilhados, sobrinhos e filhos bastardos.
Isto de passar pelo governo é efémero e há muito mais vida para além disso.

Veja-se o caso do Sr. Obama: Já está de calças em baixo e ainda só começou há duas semanas.
Um destes dias atira a toalha ao chão.

A Chata said...

Finalmente apontada uma medida realista para os tempos que correm.

Papa Bento XVI recomenda “jejum” aos fiéis
O Papa Bento XVI convidou esta terça-feira os fiéis a redescobrir o jejum, "uma arma espiritual" para lutar contra as desordens da vida moderna, ao tornar pública a mensagem da Quaresma.

A Chata said...

E entretanto o governp de Brown:

Employers urged to watch staff for early signs of dementia, under Government strategy

Employer will be encouraged to watch their staff for the early signs of dementia as part of a new attempt to raise awareness of the condition.

By James Kirkup and Kate Devlin
Last Updated: 2:57PM GMT 03 Feb 2009

The Government's new Dementia Strategy for England, published today, also calls for school children to be taught about dementia and its effects.

The strategy says that with the number of dementia cases set to double to 1.4 million over the next 30 years, the public needs to have a much better understanding of the condition.

http://www.telegraph.co.uk/health/4445947/Employers-urged-to-watch-staff-for-early-signs-of-dementia-under-Government-strategy.html

A Chata said...

E ainda alguns conselhos que encontrei por aí:

Below is some helpful advice on how to best help the US economy by spending your stimulus check wisely:

If you spend that money at Wal-Mart, all the money will go to China.
If you spend it on gasoline it will go to the Arabs.
If you purchase a computer it will go to India.
If you purchase fruit and vegetables it will go to Mexico, Honduras, and Guatemala (unless you buy organic).
If you buy a car it will go to Japan.
If you purchase useless crap it will go to Taiwan.

And none of it will help the American economy.
We need to keep that money here in America. You can keep the money in America by spending it at yard sales, going to a baseball game, or spend it on hookers, beer and wine (domestic ONLY), or tattoos, since those are the only businesses still in the US.

E, por cá?

Talvez vinho, alheiras, cavacas das Caldas e fados.

A Chata said...

Por falar em demencia.

Recebi hoje mais uma oferta do BES.
Uma carta muito simpática da Directora Cordenadora de Marketing de Comunicação - Rita ...

Uma proposta de empréstimo de 25000 Euros, a serem pagos em 60 ou 84 meses. pela módica prestação de 515 ou 429 Euros/mês.

Desde o inicio do ano passado, já me fizeram ofertas, que recusei, de 5000, 10000 e 15000.

Quando me oferecerem um milhão ou dois, aceito. Transfiro o dinheiro e vou viver com a familia para as ilhas Caymão.
Será mais um um crédito mal parado.

Acha que a Rita vai desconfiar das minhas intenções ou será que vai continuar a aumentar a parada?

Rui Fonseca said...

"Um destes dias atira a toalha ao chão."

Olá António, bom dia!

Não penso que o Obama atire a toalha ao chão mesmo que as dificuldades sejam muitas e as surpresas não acabem.

Já leu a biografia dele?

Rui Fonseca said...

Cara Amiga A.,

As suas contribuições para este blog são sempre bem humoradas.

O que, sem dúvida alguma, é do que mais precisamos nos tempos que correm.

E já gora de um pouco de optimismo.
Apesar de tudo, e ainda que tenhamos pouca coisa "made in Portugal", poderíamos, se quiséssemos,ajudar-nos mais a nós próprios. Bastaria que optássemos pela compra "made in Portugal" sempre que isso for possível. E adiar, também sempre que possível, a compra do "made noutro sítio qualquer".

A economia de vizinhança tem reflexos importantes na poupança global, de energia, por exemplo.

António said...

Booa tarde.
Não li e tão cedo não o farei.
Talvez daqui a quatro ou oito anos, se valer a pena.

Rui Fonseca said...

"Não li e tão cedo não o farei."

Caro António,

Faz mal. Quer queira, quer não, Obama é o homem mais poderoso do planeta. Ainda que esse poder seja, muito provavelmente, muito menor do que parece.

Eu fiquei sensibilizado sobretudo com a transparência humana que é o vector mais impressionante do livro.

Obama, como todos os homens, é ele e as circunstâncias. E se estas nem sempre lhe foram desfavoráveis, antes pelo contrário, Obama é sobretudo ele mesmo um indivíduo extraordinário, independentemente do que for o presidente Obama.

João Vaz said...

Esta crise tem contudo contornos muito peculiares. As empresas despedem trabalhadores. A produção industrial diminui. Os consumidores compram menos. Mas mesmo assim, as prateleiras dos supermercados estão mais cheias do que nunca; os stands automóveis a abarrotar; as casas por vender e mesmo assim há uma pressão para que se construa ainda mais....etc. Ou seja, a recessão tenderá a ajustar-se às nossas reais necessidades e assim a suprimir os excessos ? Não termos que dividir mais o emprego que ainda temos ? E pensar noutras formas de organização social ?