Thursday, June 26, 2008

OUTRA VEZ O RALPH

Quem pensa que as eleições presidenciais norte-americanas são discutidas sempre apenas entre os dois candidatos dos partidos Democrata e Republicano, está muito enganado. Mesmo no passado recente, a candidatura de um terceiro candidato, que nunca ganhou, tem feito perder, e ganhar, eleições. Os dois terceiros candidatos que nas ultimas eleições tiveram influencia decisiva nos resultados favoreceram, num caso, o candidato democrata (Bill Clinton) e no outro o candidato republicano (George W. Bush). Ross Perot, um milionario perdulário, esbanjou uma pequena parte da fortuna para concorrer no mesmo terreno de George Bush (pai) dando a vitória a Bill Clinton. Ralph Nader, um rapaz de 74 anos, solteiro, um metro e noventa de altura, advogado, dizem que trabalha doze a catorze horas por dia, sete dias por semana, 52 semana por ano, poliglota, fala sete línguas, entre as quais o português, geralmente considerado sabotador das causas que defende, Nader conta para já com 6% de intenções de voto nas sondagens. Em 2000, Nader contribuiu muito mais para a estranha derrota de Al Gore do que as confusões que caracterizaram as contagens de votos e finalmente atribuiram o mandato a George W.Bush. Em 2000 Nader sabotou a vitória de Al Gore, Prémio Nobel da Paz pelas suas verdades inconvenientes a favor do ambiente, desfraldando a bandeira da causa ambientalista. Mesmo assim o número de fieis tem-se mantido inexplicavelmente elevado para um candidato, mesmo por ele próprio reconhecidamente não elegível, que reaparece na cena política apenas de 4 em 4 anos.
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As eleições em democracia tendem a disputar-se sempre num intervalo relativamente estreito de votos e as de Novembro próximo não deverao fugir à regra. Em estados onde o sentido do voto flutua todos os votos são decisivos. Obama tem Ralph Nader à perna. Os votos que ele conseguir podem derrotar Obama.

4 comments:

António said...

Boa tarde,
O Rui lembra-se de eu lhe ter dito que os americanos elegem sempre o pior, para eles e para o resto do mundo?
Lemba-se da crise dos reféns no Irão?
Também se deve lembrar que o sr. Ross Perot tinha lá um grupo de funcionários e precisou de os tirar de lá.
Fê-lo e com grande limpeza, devolvendo s seus colaboradores e concidadãos às suas famílias.
A América, não o conseguiu fazer com os seus funcionários.
Perot fez melhor com menos meios, mas muito mais astúcia e inteligência. Pagou o que tinha a pagar, mas valeu a pena.Serviço bem feito.
Perot foi derrotado nessa eleições e noutras posteriores.
Perdeu Perot as eleições e perdeu a América muito mais e com isso perdemos nós muito também.
Em Novembro, a América vai errar novamente ao eleger o pior para si e para nós.
A América, está a agachar-se e prestes a ficar sem os tomates.
A macdodald's já teve problemas quase parecidos.

Rui Fonseca said...

Caro Antonio, boa tarde!

O meu Amigo insiste na ideia que os presumiveis candidatos a presidencia norte-americana nao sao os melhores (realmente v. diz que sao os piores mas entendo que seja forca (com cedilha) de expressao).

Ora estes candidatos foram eleitos em primarias a que concorreram 30 milhoes de eleitores, dez por dento da populacao total norte-americana. Pela mesma medida as directas do PS e do PSD deveriam atrair 1 milhao de eleitores mas andam por algumas dezenas de milhares.

Estao todos estes 30 milhoes enganados? E bom quese diga que as eleicoes nos EUA nao estao facilitadas: Nao sao ao Sabado ou ao Domingo, quem quer votar tem de ir fora das horas de trabalho ou meter ferias.

Em conclusao: Se estes nao servem quem e que acha que serve?

Acrescente-se que nem Obama nem Macain eram os candidatos apoiados
pelos aparelhoa partidarios nas primarias: McCain, segundo a maioria dos republicanos e um heterodoxo rebelde, na partido democrata o aparelho fez tudo para impor Clinton.

Ou nao e assim?

António said...

Ou nao e assim?

É assim, é.

Mas acha que foram assim tão clarividentes ao elegerem o ultimo e ainda presidente GWB?
Acha que seria bom terem eleito Al Gore ou não?
Eu penso que sim, aliás, tenho quase a certeza.
Se estiver de acordo comigo, nisto, estará de acordo no resto.
Pelo menos, no que se refere a escolher sempre o pior. :-)

Rui Fonseca said...

"Acha que seria bom terem eleito Al Gore ou não?
Eu penso que sim"

Eu também. Esse é, aliás, o tema do post: a mudança do curso da história por intervenção dos terceiros candidatos num sistema eleitoral que não tem segunda volta.