Entrevistado ontem pela Sic notícias, o líder do PS reafirmou estar preparado para governar o país, está só à espera que o governo caia e que as eleições antecipadas lhe garantam maioria absoluta para governar com estabilidade, considerando, no entanto, "impossível governar" o país,
"em particular no momento em que está", sem "um diálogo permanente,
consensos e concertação social", mesmo "com maioria absoluta", que a “situação é difícil, não há
soluções fáceis nem mágicas, mas temos alternativas”, dentro do “rigor
orçamental, mas com prioridade no crescimento, que o tempo não está para aventuras. E que, o acesso aos mercados financeiros, que permitirá dispensar mais empréstimos da troika, deve ser encarado como um “objectivo nacional”.
Em que é que o senhor Seguro se distingue do senhor Passos Coelho se ambos têm o mesmo objectivo nacional? Na proposta de diálogo, consenso e concertação social de Seguro. Um wishful thinking que se não garantir mais nada pode garantir a Seguro sustentar-se à frente das sondagens se Passos Coelho continuar a deixá-lo solto das responsabilidades que o PS teve no recrudescimento da crise. Até há bem pouco tempo o discurso de Seguro centrava-se numa política de crescimento e de emprego. A propósito: a prioridade da produção de bens e serviços transaccionáveis, que foi o tema mais abordado durante as eleições legislativas que colocaram Passos Coelho em primeiro-ministro, por onde anda? Mudou Seguro, e tornou-se, também ele, inevitavelmente discípulo do rigor orçamental por sugestão de Monsieur Hollande?
Subitamente, o regresso aos mercados financeiros tornou-se o objectivo nacional quase comum. Hollande prometeu hoje a Passos Coelho apoiar a proposta de Junker de premiar os cumpridores*. Não sabemos o que pensa a Dona Ângela sobre o assunto. Mas, se não for garantido um prémio suficientemente generoso antes da troica ser dispensada, o objectivo nacional de governar-se Portugal com os seus próprios meios a partir de Setembro é uma miragem de inverno para um verão tórrido.
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Correl.-
* Hollande diz que proposta de Juncker para Portugal é boaLagarde diz que Portugal tem trabalho de consolidação orçamental a fazer
Não há nenhum regresso antecipado aos mercado, disse Passos Coelho
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