O Banif acaba de comunicar a aprovação
em assembleia geral de accionistas da proposta do conselho de
administração do plano de recapitalização do banco, com recurso a
fundos públicos no montante de 1100 milhões de euros, sendo 400 milhões
euros como empréstimo traduzido em obrigações convertíveis e 700 milhões
como aumento de capital. Ainda no âmbito do plano de recapitalização
foi decidido outro aumento de capital no montante de 450 milhões, a
realizar até 30 de Junho de 2013. Os 700 milhões de euros a realizar em
nome do Estado serão titulados por 70 mil milhões de acções de €
0,01/acção (vd aqui).
Hoje,
em dia negativo para a bolsa de Lisboa, as acções do Banif
transaccionaram com uma valorização de 16,3% sobre o dia de ontem, a €
0,144/acção.
Adicionalmente,
soube-se por declarações prestadas pelo presidente do Banco, Luís
Amado, e pelo presidente executivo, Jorge Tomé, que uma parte
significativa dos fundos públicos colocados no Banif regressarão ao
Estado sob a forma de compra de dívida soberana. Aliás, Amado confirmou
que a banca portuguesa tem vindo desde há muito tempo a aumentar os
níveis de crédito ao Estado, que, por serem já muito elevados no
princípio da crise, fragilizaram a credibilidade internacional da banca
portuguesa. Nada que não se suspeitasse já, mas que contraria o
optimismo oficial nos resultados dos retornos esporádicos aos mercados.
Qual a verdadeira dimensão do conúbio entre Finanças e a banca, não
sabemos.
O que sabemos é que da aprovação destes aumentos de capital resultará uma
maioria accionista do Estado de quase 100% e, se vier a ser concretizada
a subscrição particular prevista, essa maioria reduzir-se-á mas, em
qualquer caso, continuará muito maioritária. Resulta de tudo isto que o
valor do Banif será, hoje, na melhor das hipóteses, virtualmente nulo. Afirmou Jorge Tomé que a posição do Estado estará garantida pela dívida do Estado ao banco.
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Como o preço médio dos capitais públicos envolvidos na recapitalização a pagar pelo Banif rondará o preço médio a pagar pela República à troica, que preço pagará a República ao Banif pela subscrição de dívida pública que vier a subscrever com os capitais intermediados em nome do Estado? Não sabemos, evidentemente, mas sabemos que serão seguramente mais elevados.
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Negócios da banca são mais garantidos que os negócios da China. E, quando não são, pagam os contribuintes. Destes encostos das finanças ao Estado e vice-versa, ficam os contribuintes sempre por baixo.
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Correl.-A Caixa vai apresentar prejuízos em 2012 e 2013
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