Às sete da manhã o jornal já estava à porta. Uma mão invisível continua a passar por aqui todos os dias de madrugada a entregá-lo envolto numa saqueta de plástico reciclável. No primeiro dia de cada ano, esta aparição devolve-me sempre ao tempo em que o nosso jornal era "O Primeiro de Janeiro", que o Filipe distribuía, com a sacola das publicações às costas, apregoando e retinindo a campaínha da bicicleta para avisar os leitores.
Não sei porque vicissitudes passou desde então "O Primeiro de Janeiro" mas, por uma olhadela que dei pela net, percebo que entre o nosso "Janeiro" de então e o "Janeiro" de hoje há uma distância na forma e nos conteúdos que, salvo o logotipo do título, o torna irreconhecível para os meus olhos de há dezenas de anos. Outros títulos de projecção nacional - O Século, Diário Popular, Diário de Lisboa, Comércio do Porto, República - desapareceram há muito dos quiosques, extinguiram-se os ardinas. Apareceram depois outros jornais, desses, entretanto, também desapareceram alguns, o número de publicações periódicas de hoje excede largamente o daquele que existia há quatro décadas atrás.
Mas o mundo dos media mudou muito, e a reconversão para o digital vai acelerar esse processo de mudança, atingindo todos os meios de visualização e leitura. Há dias, dizia-me o Miguel, onze anos, que o "Barnes & Noble" local vai fechar para dar lugar a um "Container Shop", de livraria passa para loja de embalagens, recipientes e contentores de plástico. Em Georgetown,"Barnes & Noble" já fechou há largos meses, é hoje uma loja de moda. Para o Miguel, para a Rita, nove anos, para todos os jovens e adultos que residem aqui nas redondezas, o encerramento do "Barnes & Noble" representa uma perda insuperável por todos os iTouch, iPad, ai-seja-o-que-for, que possam ter ou vir a ter.
O Miguel recordará daqui a uns anos o seu "Barnes & Noble" com a mesma nostalgia de um tempo que passou e que só ela nos devolve de vez em quando, como eu recordo em cada primeiro de janeiro que passa o pregão do Filipe ao mesmo tempo que retinia a campaínha da pasteleira: Olhó Janeiro!
Não sei porque vicissitudes passou desde então "O Primeiro de Janeiro" mas, por uma olhadela que dei pela net, percebo que entre o nosso "Janeiro" de então e o "Janeiro" de hoje há uma distância na forma e nos conteúdos que, salvo o logotipo do título, o torna irreconhecível para os meus olhos de há dezenas de anos. Outros títulos de projecção nacional - O Século, Diário Popular, Diário de Lisboa, Comércio do Porto, República - desapareceram há muito dos quiosques, extinguiram-se os ardinas. Apareceram depois outros jornais, desses, entretanto, também desapareceram alguns, o número de publicações periódicas de hoje excede largamente o daquele que existia há quatro décadas atrás.
Mas o mundo dos media mudou muito, e a reconversão para o digital vai acelerar esse processo de mudança, atingindo todos os meios de visualização e leitura. Há dias, dizia-me o Miguel, onze anos, que o "Barnes & Noble" local vai fechar para dar lugar a um "Container Shop", de livraria passa para loja de embalagens, recipientes e contentores de plástico. Em Georgetown,"Barnes & Noble" já fechou há largos meses, é hoje uma loja de moda. Para o Miguel, para a Rita, nove anos, para todos os jovens e adultos que residem aqui nas redondezas, o encerramento do "Barnes & Noble" representa uma perda insuperável por todos os iTouch, iPad, ai-seja-o-que-for, que possam ter ou vir a ter.
O Miguel recordará daqui a uns anos o seu "Barnes & Noble" com a mesma nostalgia de um tempo que passou e que só ela nos devolve de vez em quando, como eu recordo em cada primeiro de janeiro que passa o pregão do Filipe ao mesmo tempo que retinia a campaínha da pasteleira: Olhó Janeiro!
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