Monday, January 28, 2013

O DESAFIO AMERICANO

Para quem se recorde do título da obra de Jean Jacques Servan Schreiber de há meio século atrás, o desafio americano de hoje que este artigo publicado hoje no Washington Post me sugeriu é exagerado. JJSS tinha fundado o semanário L´Express em 1953, dez anos depois publicaria "Le défi américain", que iria estremecer o nacionalismo francófono e vender 600 mil exemplares. Dez anos mais tarde, apareceria em Portugal o "Expresso".  Na década de 80, publicou "Le défi mondial", que por ser mais prospectivo e abrangente não teve o impacto na opinião pública que "Le défi américain" tinha provocado, ainda que tenha antecipado a emergência da Ásia no contexto económico mundial numa época em que o Japão lhe poderia ter sugerido outro título mais apelativo.
 
Hoje, que desafio se coloca, não apenas à França de JJSS mas à União Europeia de que o seu hexágono faz parte? O desafio chinês? O desafio asiático? A espantosa ascensão do Japão depois de saradas as extensas feridas da guerra, suturadas em grande medida com a ajuda norte-americana, perdeu fulgor e no final da década de 90. Bill Emmott, que foi jornalista no "Economist" afirmava em 1990, em "The Sun also sets" "porque é que o Japão não será o número um". E não foi. Se confiarmos nos pressupostos de Emmott, concluiremos que, depois da rotação do mundo económico, o desafio americano voltará a emergir no horizonte.
 
A Europa, feita de uma diversidade cultural que lhe deu esplendor cultural e grandeza económica mas parece condená-la a um confronto permanente por ausência de um sentimento de pertença comum a uma realidade agregadora dos seus diferentes percursos históricos, está perante um dilema que a inibe de olhar sequer para qualquer desafio que se situe para lá dos seus múltiplos umbigos. Americano ou chinês, indiano ou brasileiro, russo ou qualquer outro, o ensimesmamento da Europa parece não se aperceber dos desafios do mundo, que não vai parar à espera que ela se liberte da teia em que a enredaram as irresponsabilidades dos banqueiros.
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Querido Banif
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La banque d´abord!

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