A democracia, tal qual a concebeu a civilização europeia, tem sido desafiada ao longo dos tempos por demagogos e ditadores, mas também pela generosidade inocente de muitos que arvoram bandeiras de valores democráticos sem se darem conta que atrás deles se acobertam aqueles que os que os esmagarão na primeira esquina a partir da qual o campo é deles.
No Norte de África e no Médio Oriente, as causas próximas das revoltas (pobreza, desemprego, aumento dos preços dos bens alimentares) animaram algumas elites a reclamar o fim de outras causa mais distantes profundas (ausência do exercício direitos humanos enunciados pela ONU, e que só em democracia são garantidos) e mobilizaram os deserdados.
Por detrás destas mobilizações que clamam democracia infiltram-se os fanáticos da al-Qaeda à espera que os regimes caducos se desmoronem para ocuparem as ruínas e edificarem outras ditaduras que lhes permita o controlo da arma mais decisiva contra os regimes democráticos, o petróleo, o que lhes permitirá tornar o mundo dependente desses recursos manietado até onde lhes der na real gana.
Que fazer? A democracia imposta nunca o será porque ela não garante só por si a multiplicação do pão que estes países necessitam. A vitória em dominó da al-Qaeda não assegurará o crescimento económico porque os seus desígnios são outros e lançará o mundo numa situação de caos inimaginável.
Os artigos que ligo a seguir, publicados hoje no Washington Post abordam este puzzle
que atormenta o mundo. A minha perspectiva não é totalmente coincidente com os artigos do WP mas, por isso mesmo, os registo aqui.
The rush in the West to proclaim the advance of democracy in the Arab world has led to the propagation of an ill-conceived and dangerous corollary: that the revolts in the Middle East and North Africa also mark the irrelevance of al-Qaeda and other Islamist militant groups.
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Five myths about Muslim Brotherhood
Even before Hosni Mubarak gave in to the throngs in Tahrir Square and stepped down as Egypt's president on Feb. 11, officials in Western capitals were debating what role the Muslim Brotherhood would play in a new Egypt and a changing Middle East. Yet much of what we know - or think we know - about the group's ambitions, beliefs and history is clouded by misperceptions
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