Friday, March 25, 2011

SAÍDA PARA O ABISMO

PSD vai reafirmar a Cavaco que eleições são a única saída.

Para onde?
O PSD está neste momento por total inabilidade do seu líder para compreender a envolvente politica ou falta de capacidade para se impor às ânsias dos que o rodeiam a querer, obcecadamente, embarcar numa aventura em que comprometerá irremediavelmente as esperanças de muitos portugueses descontentes com o actual Governo.

À obsessão de Sócrates em governar arrogantemente sozinho quando a conjuntura há muito tempo impõe que ele procurasse a mais alargada base de apoio social político e social contrapõe-se agora outra obsessão de Passos Coelho & Cª. (ou a companhia de Passos Coelho?).

A situação cada vez mais dramática para onde o país está a ser conduzido pelas conveniências imediatas dos partidos exige que alguém dissesse, alto e pára a contradança! A crise exige um entendimento entre os principais partidos, pelo menos, e a convocação de eleições não resolve e, pelo contrário, só servirá para acirrar a animosidade partidária e a intranquilidade dos portugueses.

Do que precisamos não é de um notário que ouça os intervenientes e decida em conformidade com as declarações demagógicas dos chefes das seitas mas de um presidente que exija a constituição imediata de outro governo resultante de uma coligação ampla que defenda os interesses de Portugal.

Após as eleições nem o PSD nem o PS poderão ser afastados de um novo governo. As eleições só tornarão mais difícil essa coabitação necessária.

Enquanto tal não ocorrer, a demagogia continuará à solta: Hoje, mais uma vez. uma coligação negativa decidiu suspender (ou anular?) o sistema de avaliação de professores.  Trata-se de mais um exemplo flagrante da luta partidária com objectivos demagógicos mais que evidentes. 

5 comments:

aix said...

Rui,concordo que essa é (devia ser) a tarefa de Cavaco. Mas como pode ele executá-la se, na prática foi ele que, no discurso de tomada de posse,preparou o terreno para estesta linda situação?

rui fonseca said...

"no discurso de tomada de posse,preparou o terreno para estesta linda situação?"

Caríssimo Francisco,

É sempre um prazer ler os teus comentários.
Permite-me, no entanto, que discorde.

A crise actual teve como causa próxima a falta de respeito de Sócrates pelo PR, pela Ar e pelo povo português.

Sócrates quer eleições e o PSD embarcou nesse propósito sem ver que seria acusado de ser o responsável por elas.

O que Cavaco Silva disse no discurso é, muito lamentavelmente,verdade, por muito que nos custe crer nisso.

aix said...

Caro Rui:na política, como na vida,há factos e há opiniões sobre factos.
Facto:foram as oposições (nelas incluido o PSD)que desencadeou a crise.
Opinião 1:«a causa próxima da crise
foi a falta de respeito de Sócrates pelo PR, pela AR e pelo povo português»(Rui Fonseca).
Opinião 2:a causa inicial(não muito remota)da crise «foi ele[Cavaco] que, no discurso de tomada de posse,preparou o terreno para esta linda situação»(F Carvalho).
O problema (se é que o é)é que as opiniões dinamizam os factos em direcções diversas.É um facto que Cavaco apelou aos jovens para manifestarem a sua indignação.
Houve quem achasse bem, «por muito que nos custe»-dizes tu. O mesmo quanto ao alerta para a situação (grave) que já todos conhecíamos.
Concordando ou discordando as tuas análises são um estímulo às minhas opiniões. Abç

rui fonseca said...

"É um facto que Cavaco apelou aos jovens para manifestarem a sua indignação."


A manif da "geração à rasca" já estava marcada há muito tempo.

Por outro lado, a mensagem de Cavaco aos jovens não foi a priemira nem a segunda. Poderá dizer-se que, neste caso, foi oportunista.

Eu diria que foi a parte menos conseguida, ou se preferires, a pior, do dicurso dele.

Quanto à caracterização da situação económica e das linhas programáticas para a ultrapassar as opiniões divergem: Para uns não disse nada mais do que já se sabia, para outros foi longe demais e portou-se como se fosse um candidato a chefe do governo.

De qualquer modo, caro Francisco, a crise foi precipitada pelo comportamento de Sócrates que ignorou o PR, a AR, os partidos e os parceiros sociais.

Tanto que fizeram pagar a Teixeira dos Santos o preço da provocação premeditada, obrigando-o a uma comunicação que foi a mais desastrada e desastrosa que A Costa ouviu em Portugal e em todo o hemisfério Norte.

Já ninguém fala disso, mas foi assim.

Salvo melhor opinião.

O que eu lamento é que no PSD sejam tão patetas que se tenham deixado embrulhar e passar para baixo.

Daí não me admirar que depois de tantas peripécias envolvendo Sócrates este ainda acabe por ganhar as eleições e continuar obsessivamente a querer governar sozinho.

Anonymous said...

Nem Cavaco, nem Sócrates, nem Passos Coelho. O país não tem um esrtadista à altura da situação. Se qualquer uma das figuras politicas deste país tivesse estatura politica para levar por diante aquilo que urge ser necessário para salvar o país da banca rota, já o teria feito. Pois á medida que o tempo passa já ontem se avizinha tarde.Não vai ser mais uma eleições que vão resolver as questões de fundo. O País precisa de quem aponte as soluções e que as ponha em prática.Os diagnósticos estão mais que feitos. Há que apresentar uma sintese destes diagnósticos, clarificados em toda a sua dimensão e enfrentar as consequências destas decisões. Acho ou tenho a certeza que a maioria do povo iria perceber e acatar o que fosse decidido porque era para seu bem. E que neste processo não se deixasse numa segunda leva, de responsabilizar todos aqueles que por interesses pessoais conduziram o País a este impasse. Que houvesse Justiça na sua plenitude e que se varresse de uma vez por todas os politicos de carreira. Excelente oportunidade para os próprios partidos se renovarem e darem espaço a que se discutam ideias e se criem valores tão necessários à sociedade.