"Na Alemanha, os Verdes impõem à chanceler Merkl um derrota no poderoso Land de Baden - Wurttenberg, impensável há não muito tempo. A somar às derrotas na Renânia do Norte - Vestefália e Hamburgo. Em França e nas eleições regionais o partido de Sarkozi obtém metade dos votos do PSF, com a extrema-direita a atingir cotações eleitorais que chegaram a 40% nalgumas circunscrições..."os partidos no poder (podem vir) a trilhar o caminho, eleitoralmente mais seguro, do abandono do sul da Europa à sua sorte." Europa: Sinais de mudança
Parece-me uma predição excessiva, por um lado, mas benevolente, por outro.
Excessiva, porque o Sul não está condenado a uma sorte madrasta por capricho dos deuses. O Sul também tem vantagens por estar a sul. Se a complacência do crédito dos vizinhos de Norte parece estar a esgotar-se, o Sul pode e deve responder ao desafio, trabalhando mais. A posição geográfica não é um handicap insuperável. Afinal de contas, não foi também o excesso de crédito concedido pelo Norte que exacerbou as preferências mais hedonistas do Sul e o induziu para a situação de falência financeira e económica?
Benevolente, porque o avanço da extrema-direita na Europa pode ter consequências dramáticas para a paz na Europa.
Tendo a sua origem no pós-guerra com o objectivo de evitar um novo conflito generalizado na Europa, a União Europeia é uma construção gravemente ameaçada com o avanço da extrema-direita pelo racismo e pela xenofobia. O mais grave não é que o Norte suspenda o crédito ao Sul (pode até ser uma oportunidade para o Sul) mas que no Norte comecem por expulsar os do Sul e eliminar os que recusem acatar a ameaça.
Exageros de uma tarde cinzenta?
Nunca se sabe onde param as consequências da estupidez humana colectiva. Sabe-se como começam.
É assim.
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