Thursday, October 23, 2008

OS OFF-SHORES DA CRISE


O ministro de Estado e das Finanças apoiaria uma proposta conjunta para acabar com as off-shores, a nível de toda a União Europeia... (mas) disse «duvidar que decisões unilaterais neste domínio sejam eficazes», ou seja, que se um País tomar uma decisão destas, obtenha qualquer resultado. .
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O Ministro tem razão quando diz que uma decisão unilateral não resolverá a questão: as contas do off-shore extinto voariam no mesmo instante da extinção para outro off-shore. Mas esta é também a primeira razão pela qual os off-shores têm vida prometida enquanto a hipocrisia reinar no mundo em que vivemos.
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Entretanto
, os liberais ortodoxos continuam a glorificar os seus ícones para excitação dos fiéis que lhes frequentam os púlpitos.
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Os paraísos fiscais são o ponto de encontro de contas provenientes do tráfico de droga, de armas, de pessoas, de financiamento do terrorismo e da evasão fiscal, além de outros crimes de elevado gabarito.
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Raymond W. Barker, em "Capitalism´s Achilles Heel" escreve um relatório muito circunstanciado acerca da lavagem de dinheiro e das propostas do autor para a renovação do sistema de mercado livre. Foi editado em 2005 e a visão de Raymond W. Barker acertou em cheio no alvo: três anos depois, o sistema financeiro claudicou com as consequências que ainda não sabemos dimensionar. E é muito óbvio que os paraísos fiscais desempenharam um papel importante no comprometimento do sistema. Enquanto subsistirem, o sistema financeiro estará sempre ameaçado de rupturas provocadas a partir do seu interior. Entretanto, e esse é o mal maior, os paraísos fiscais continuam a dar guarida à escória da humanidade.
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Quem defende que os paraísos fiscais se justificam porque dão abrigo aos ameaçados pelos ditadores vira completamente o bico ao prego: porque são precisamente os ditadores que roubam o seus compatriotas e enviam o produto do saque para os paraísos fiscais.

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