Wednesday, October 29, 2008

OBAMA E A GUERRA

Faltam apenas cinco dias para sabermos quem será o próximo presidente do EUA.
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Desde há muito que torço pelo candidato democrata, embora esteja convencido que Hillary Clinton poderia ser também uma excelente presidente. E, mesmo McCain, tem qualidades que nitidamente o distanciam da actual administração norte-americana. O grande erro de McCain foi, do meu ponto de vista, ter cedido à ala mais conservadora do GOP e aceitar Sarah Palin no seu boletim.
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Admitindo que Obama ganha as eleições, colocam-se-lhe dois problemas bicudos: a redefinição de uma nova ordem financeira mundial, sem a qual a saída da recessão económica, que se avizinha, poderá demorar para além do limite de resistência de confiança global, que permite o equilíbrio de convivência entre as nações, e provocar a guerra; retirar do Iraque as tropas norte-americanas sem consentir que a Al-Qaeda ou outro movimento rebelde se apodere do poder e extravase a revolução islâmica (ou pseudo-islâmica) a todo o Médio Oriente, tomando conta dos poços de petróleo que garantem a economia mundial e a civilização, dita ocidental, tal qual a conhecemos hoje.
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Nenhum destes dois problemas apresenta sugestões de soluções geralmente consensuais. No primeiro caso, os interesses daqueles que se loclupetaram contando com as permissividades do sistema que eles próprios criaram, dificilmente cederão terreno. Não vai ser mesmo nada fácil destruir os instrumentos de abrigo dos jogos de interesses que arruinaram o sistema financeiro mundial. Pense-se, por exemplo, nos off shores, que muitos condenam mas não se vislumbram passos no sentido de os extinguir ou, pelo menos, moderar.
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No segundo caso, o alastramento do poder da Al-Qaeda, consentido pelo recuo das tropas norte-americanas, pode provocar o sufoco súbito das economias mais desenvolvidas não restando alternativa senão ao regresso da guerra. Que, nesses caso, faria alinhar todos os atingidos por um eventual black-out nos fornecimentos regulares numa acção conjunta contra os novos senhores do petróleo.
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Se assim fosse, o mundo poderia vir a assistir a um processo de apropriação nunca antes experimentado: a mundialização (no sentido alargado da nacionalização conjunta pelos invasores ou pela ONU) dos recursos estratégicos do subsolo conquistado. Talvez, desse modo, o mundo pudesse conviver de forma menos belicista durante o período que vai até à extinção natural desses recursos.

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