via Lóbi
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Caro António,
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Não me parece que as razões da crise financeira que se abateu sobre a economia dos EUA e ameaça propagar-se às economias de todo o mundo, com particular incidência na Europa, tenha as suas raízes na globalização e, particularmente, no crescimento das economias chinesa e indiana. Quanto a este assunto, alinho-me pela grande maioria que continua a ver na liberdade do comércio um factor de crescimento económico e social global, e dissuasor de conflitos entre as nações.
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As razões fundamentais desta crise têm de procurar-se na ganância que engendrou uma enorme burla. O Youtube que transcrevi acima explica num registo humorístico muito bem conseguido o que se passou.
1 comment:
Pois esse também é um factor que contribui para o estado a que isto chegou, mas repare:
Um tipo, o Xico, tem um emprego, ganha um ordenado certo, faz as contas e além das despesas normais em que inclui a prestação da casa, verifia que tem alguma folga e resolve trocar de carro. Ia ganhando mais algum numas horitas extra, uma promoção e correspondente aumento salarial, talvez até tivesse um part-time qualquer, a mulher fazia uns arranjos em roupas e entrava mais algum que ajudava a compor o orçamento. Um belo dia, a empresa onde trabalha, resolve fechar e mudar de ares contribuindo para a tal globalização. Fica desempregado e na sua região não consegue emprego compatível com as suas habilitações profissionais. Como ele, há centenas. Ao lado, outros tantos, perfazendo milhares.
Acontece em Portugal e acontece na América. Alemanha, Itália, Espanha, França, Dinamarca, etc. etc. São milhões de pessoas iguais ao nosso Xico. Tudo a apertar o cinto e adeus consumo. Por isso, as fábricas de automóveis já estão a ficar com a corda ao pé do pescoço. Não vendem os carrros a ninguém. Os chineses não compram, os indianos idem.
Fica-se pelo essencial, vai-se reparando o carrito, que agora não há dinheiro para luxos. As roupas novas que as amigas e clientes da mulher do Xico iam comprando, já não são assim tantas e como tal, é menos esse que entra. Tudo mau. Os impostos camarários aumentaram 26% num ano e ninguém faz nada a não ser pagar. A inflação por contas mentirosas é estatísticamente atirada para 2 ou 3%. Tudo mentira, como sabe.
Repita esta situação por milhões, em todo o Ocidente e diga-me o que acontece à Economia.
Se não sabia, ja ficou a saber. Cai.
O que acontece aos bancos que paulatinamente iam enriquecendo através do abuso de taxas e sobretaxas? Os "banqueiros" desleixaram as formas tradicionais do seu negócio, aproveitaram a mina de ouro da agiotagem e engendraram esquemas de aldrabar as contas aos próprios acionistas, ficando para si com mordomias nababísticas. Fizeram do crédito fácil e enganoso uma receia fácil e pouco trabalhosa. Com a quebra de rendimentos, nuia gente deixou de pagar o que lhes devia. Riscos do negócio, não?
Deixaram de ser criteriosos na escolha dos clientes a quem emprestavam dinheiro, e não se preveniram com redes nem pára-quedas.Agrediram e puseram defeitos a tudo o que era Estado e agora é ao Estado que suplicam a salvação.
O Estado vai estender-lhes a mão atrasando a morte certa de um sistema podre e corrupto.
Vai ser o dinheiro mais mal empregue de toda a História. Daqui a meses, a coisa repete-se até que a Globalização se dê, não da forma que queriam mas de uma forma violenta. Todo esse sistema será "hostilmente comprado" pelos monstros que ajudaram a criar.
E quem lhes estendeu a mão, dando-lhes o que não lhes pertencia, sai de cena e quem paga a factura é sempre o mesmo.
O Xico!
A Globalização é uma coisa muito boa.
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