Europeus.
Na Europa, e nomeadamente na União Europeia, há alemães, italianos, suecos, austríacos, espanhois, franceses, portugueses ... mas europeus, não há.
O sentimento de pertença a um grupo com interesses comuns de defesa e representação externa não existe entre os europeus.
Nem nunca os caminhos prosseguidos apontaram para a evolução da União Europeia para uma federação dos estados membros e a constituição dos Estados Unidos da Europa. Os nacionalismos nunca abdicaram dos vínculos mais representativos das soberanias de cada estado membro: a defesa e a representação externa.
Em Julho de 2011, anotei aqui,
"Nunca tanto se falou de federação
europeia, nunca tantos comentadores políticos se afirmaram federalistas
como nos dias de hoje, perante o aperto da dívida a que estão sujeitos
os europeus dos geralmente designados países periféricos. É, natural,
portanto, que o federalismo seja muito mais invocado a Sul que a Norte.
Os federalistas assumem que só
uma integração política europeia mais profunda poderá solucionar
radicalmente os problemas que a adopção de uma moeda única veio colocar
num contexto caracterizado por uma diversidade muito significativa dos
níveis de desenvolvimento económico entre os seus membros ..."
A crise das dívidas soberanas foi solucionada por outros meios, e o federalismo foi esquecido.
Há dias, o almirante Gouveia e Melo, ouvido num podcast transmitido na Sic sobre a questão da segurança foi muito claro, reafirmando o que, sobre a mesma questão, a mesma posição assumida numa entrevista de Vítor Gonçalves em setembro do ano passado, que comentei aqui.
Hoje, perante as mais recentes declarações de Trump, a Europa pode estilhaçar-se para gáudio dos inimigos da democracia liberal e o triunfalismo em expansão do totalitarismo num remake da situação observada há oito décadas com a enorme diferença de naquela altura os Estados Unidos da América se terem colocado ao lado dos europeus.
Haverá,
agora, quando os europeus estão perante a ameaça da sua soberania
global, entre os diversos prováveis (ou putativos) candidatos à
presidência, um, só um que seja, capaz de afirmar uma posição clara
perante os portugueses qual a sua política de defesa implicando o
reforço da despesa com a defesa e, inevitavelmente, a redução da despesa
que sustenta o estado social?
E a integração, temporária, de milhares de jovens portuguesas e portugueses nas fileiras?
Em setembro de 2011, anotei isto: SAIA UMA FEDERAÇÃO À PRESSÃO.
Nunca mais ouvi falar no assunto.
Alguém ouviu?
Há alternativa?
Há. A abdicação.
Ou não?
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