Friday, June 19, 2015

OS BÁLTICOS - 4




- E come-se bem por lá?, pergunta-me um amigo, bom garfo.
- Bem, e barato. Em Vilnius, menos de metade do preço de Lisboa para qualidade comparável. A apresentação é, no mesmo escalão de qualidade geralmente mais requintada. Em Riga, os preços já são mais elevados que em Vilnius, a qualidade é boa, a apresentação excelente.Em Tallinn, os preços são idênticos ao de Lisboa, para os mesmos escalões de qualidade e apresentação. 
- E quanto a trânsito, engarrafamentos, dificuldades de parqueamento?
- Vilnius tem agora uma população de cerca 540 mil habitantes; o município cerca de 806 mil. Riga cerca de 644000, Tallinn 435 mil.Em qualquer destas três capitais bálticas o trânsito flui de um modo só comparável com Lisboa fora de horas. A maior parte do trânsito urbano é assegurado por transportes colectivos, metropolitano,  eléctricos, troleys ou autocarros, geralmente duplos. Não há em qualquer caso a intensidade de carros estacionados que se observa nas nossas maiores cidades. 
- A independência ocorreu há pouco mais de vinte anos. São ainda fortes as marcas dos tempos da ocupação soviética?
- Geralmente os prédios estão menos bem conservados nas periferias sem contudo se observarem situações de abandono e deterioração que, lamentavelmente, ainda caracterizam os nossos maiores centros urbanos. E no centro das cidades a renovação e recuperação, em alguns casos quase total, de edifícios destruídos durante a Segunda Grande Guerra é notável. 




































1 - Em Vilnius, o Palácio dos Grandes Duques da Lituânia, situado na Praça Principal ao lado da Catedral, foi recentemente totalmente reconstruído sobre as ruinas do Palácio do Grão Ducado que no séc. xv foi sede de governo de um território que abrangia a Polónia e parte da Rússia actual. Uma exposição documental ao longo de um percurso de visita às ruínas dá conta aos visitantes da história de que aquelas pedras são testemunhas.
2 - O centro de Riga, arrasado pelos bombardeamentos durante a Segunda Guerra Mundial, encontra-se hoje totalmente recuperado. O edifício mais emblemático da praça principal, que foi sede da Irmandade dos Cabeças Negras , é agora residência oficial do Presidente da República.
3 - Edifício da Ópera em Riga. Durante o mês de Junho,  festival Viva Puccini.Seria inimaginável este programa em São Carlos. O belíssimo parque central de Riga, onde se encontra o edifício da Ópera, recordou-nos algumas instalações despropositadas que com têm sido mimoseados os parques de Lisboa, nomedamente o Eduardo VII e o do Campo Grande. Neste último caso, de algumas dessas instalações são agora mantidos os escombros.
4 - Catedral Ortodoxa em Tallinn


5 - Igreja Ortodoxa de Riga
Recuperada recentemente para o culto, a abóbada da cúpula foi utilizada durante a ocupação soviética como planetário. Pormenor da entrada. É proibida a fotografia do interior.
6 - Embaixada da Rússia em Riga. A monumentalidade do edifício, situado numa zona da cidade caracterizada por um conjunto notável de edifícios Arte Nova, diz bem da afirmação que os russos colocam nas suas pretensões de influência em território hoje abrangido pela cobertura da Nato.

 7- Embaixada da Bélgica na mesma zona Arte Nova da cidade.



























8 - Castelo de Trakay, a 28 quilómetros de Vilnius. Reconstrução total recente. É um dos locais turísiticos mais visitados da Lituânia


9 - Castelo de Kaunas. Reconstrução total recente.

10 -  Sartre observa-nos.
São raros os graffiti nos Bálticos.
Estes foram fotografados nas imediações do castelo de Kaunas.














11 - Palácios de Rundâle, a 40 quilómetros de Riga, e de Kadriorg, hoje transformado em museu, em Tallinn. Heranças recentemente reconstruídas dos tempos em que os czares russos iam passar férias junto ao Mar Báltico.

12 - Recordações dos últimos czares em restaurante de Pärnu, uma estância balnear a uma hora e meia de carro de Tallinn. Num quadro, o czar, no outro a czarina. Noutro restaurante, na Rua Nikolai, da mesma cidade, o mesmo tributo de lembrança pelos czares levou-me a perguntar se o restaurante, cheio de comensais, era russo. O empregado respondeu-me que não.  
Se um dia destes se espevita o conflito entre as forças da Nato estacionadas nos territórios bálticos e as russas no outro lado, ali tão perto, de que lado se põem estas populações onde um em cada quatro habitantes é etnicamente russo?

13 - Arte Nova em Riga - Pormenor de uma janela


Corvo ou espião russo?
Gralha-preta-de-capuz
Frequente, e confiante, nos parques bálticos.

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