Thursday, August 25, 2011

COMO SAIR DA CRISE?

O título do artigo (este ) é aliciante, ainda que um tanto desgastado, e convida a uma leitura atenta. Tanto mais que o autor, Vitor Bento, habituou-nos a uma clareza com que exprime o que pensa, uma capacidade que raramente se encontra em artigos sobre temas económicos e financeiros, onde frequentemente prepondera o discurso hermético.   

Desta vez, contudo, a expectativa que o título suscita descobre-se numa explicação de meandro  que desagua num resultado que desilude.

Em resumo, afirma Vitor Bento que a saída da crise passa pela sustentabilidade financeira do Estado e da economia, pela flexibilização da economia com o objectivo de a tornar eficiente, e, logo competitiva e concorrencial, sem recurso a desvalorização monetária, e pela preservação das condições necessárias para que a comunidade nacional não perca os instrumentos essenciais para continuar a controlar o seu destino e a oferecer oportunidades de realização plena aos seus cidadãos.

Para que isto aconteça torna-se necessária a conjugação astral do sucesso do programa assumido com a troica, da solidariedade europeia, e da evolução favorável da conjuntura externa.

É pouco, para um título que promete mais. Mas percebe-se.

O que não consegui avaliar foi o raio do segundo ângulo (honi soit) em que Vítor Bento assenta este artigo: o do estado em que se consegue sair da crise. Completamente depenado, não convém. Mas a que instrumentos essenciais para continuar a controlar o seu destino e a oferecer oportunidades de realização plena dos seus cidadãos se quer referir Vitor Bento?

Ficamos sem resposta.

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