Friday, May 13, 2011

O GOVERNO DO ABSURDO

A redução da TSU continua a ser vedeta nas discussões e altercações partidárias ainda que, como várias vezes já anotei neste caderno, não tenha a relevância do ponto de vista da economia das empresas exportadoras que a excitação que gerou lhe quer dar. O PSD deu o mote e, mais uma vez, deixou-se tropeçar sem que se perceba porquê.

Outro ponto polémico situa-se na proposta constante do programa eleitoral do PSD do condicionamento da entrada de cada novo funcionário à saída de cada cinco. Feita deste modo, a proposta é facilmente susceptível de críticas do tipo: Como é que o SNS pode suportar um condicionamento que lhe permita admitir apenas um médico por cada cinco que saiam? Claro que não pode.

O que é, no entanto, mais relevante nesta gestão da redução do número de funcionários públicos é a ausência de uma pergunta urgente que ninguém faz: Por que razão a saída do funcionalismo público só pode acontecer por reforma, invalidez física total para o desempenho da função, morte ou saída por decisão do trabalhador?

Por que é que dos seiscentos e trinta mil desempregados deste país nenhum é desempregado da função pública e todos são desempregados dos sectores privados?
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Por que é que gente jovem, bem habilitada e competente, se for candidato à função pública, tem de aguardar que alguém se reforme, morra, fique fisicamente inutilizado, ou se despeça?
Porque existem leis absurdas que dão cobertura a esta situação absurda e que suscitam propostas absurdas.
Porque os funcionários públicos redundantes ou incompetentes não podem ser dispensados, salvaguardadas as garantias concedidas aos trabalhadores do sector privado em situações idênticas. 
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Estive a ouvir o frente-a-frente entre Passos Coelho e Portas e, cada vez mais, estou convencido que Passos Coelho vai conseguir perder as eleições.

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