Sunday, August 17, 2008

SE

"Se a correcção dos desequilíbrios não for conseguida por via da gestão política da economia, sê-lo-á inevitavelmente pelos mecanismos automáticos do mercado...

... difícilmente será possível conseguir aplicar o programa necessário ... sem assegurar à sua volta um razoável consenso entre as principais forças políticas e sociais."

Vítor Bento, Jornal de Negócios, 30 de Julho, 2008, transcrito em A destreza das dúvidas.
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Lendo os três últimos artigos que V. Bento publicados no Jornal de Negócios, que Luis Aguiar-Conraria transcreveu em A destreza das dúvidas, e que concretizam em medida muito mitigada algumas propostas de soluções para a superação da crise que o autor caracteriza nos dois primeiros artigos, que comentei atrás, aqui e aqui, é a afirmação de que ou há consenso alargado para a correcção dos desequilíbrios ou o mercado se encarregará de os corrigir com custos agravados que pode suscitar discussão. "Se o problema é semelhante ao que foi resolvido pelo governo do bloco central, em 1983/84", mas os instrumentos usados na altura não estão disponíveis agora, as acções necessárias são outras mas exigem o mesmo enquadramento sócio-político governativo: a coligação dos principais partidos, deduzo eu destas afirmações de V. Bento, com as quais concordo.

Aliás, os resultados do estudo, que comentei aqui ,de Luis Aguiar-Conraria e Pedro Magalhães, referido em em A destreza das dúvidas, apontam para a manutenção da maioria PS nas próximas eleições legislativas mas com perda da maioria absoluta, e que não se afastam significativamente dos resultados das últimas sondagens conhecidas, sugerem o caminho mais recomendável.

Continuarão a haver, por razões que se percebem, adversários acérrimos de uma via que passe pela conjugação de esforços de uma maioiria robusta para levar a cabo um trabalho de reparação de uma série de políticas que conduziram o país a uma situação tão complicada que não se resolve com o suporte do princípio que "governa quem ganha as eleições". Adia-se e complica-se mais ainda.

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