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Suponho que ninguém, não partidariamente comprometido, discorde do essencial do "falar verdade" de Vítor Bento transcrito em A destreza das dúvidas, ontem a primeira parte, que comentei anteriormente, e hoje a segunda parte. Não sei se há terceira parte como ontem não sabia que havia segunda.
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De qualquer modo, do meu ponto de vista, se alguma coisa falta ao diagnóstico de V. Bento nesta segunda parte, falta a identificação dos agentes causadores do sobreendividamento das famílias. Lendo V. Bento e outros analistas que apontam exactamente no mesmo sentido, fica-se sempre com a impressão que os grandes (i)rresponsáveis pelo endividamento excessivo são os tomadores dos empréstimos e não os bancos credores. Aliás, é muito curioso que ainda há bem pouco tempo um relatório do FMI reputava de excelente a solvência da banca portuguesa e de impecável a actuação do regulador/supervisor. Em que ficamos? Se a banca mediu bem o risco como se compreende tanta preocupação à volta dos endividados?
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Poderá argumentar-se ainda que uma parte importante do endividamento familiar se canalizou para a compra de habitação própria, o que, se não deixa de ser endividamento, é um endividamento compensado: Se não pagasse a renda ao banco (os novos senhorios são os bancos) teria de pagar ao dono da casa.
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Mas o que é mais importante neste diagnóstico de V. Bento é a sua advertência para um ajustamento oportuno que permita uma aterragem suave. Mil vezes de acordo, mais uma vez.
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Mas, como é que se faz isso?
Espero ansiosamente pela terceira parte.
2 comments:
Aterragem suave?????
Em que planeta?
O embroglio é maior que endividamentos e faltas de dinheiro.
Alterações climáticas que, até os mais cépticos, já começam a ter de reconhecer.
Escassez de água potável.
Escassez de alimentos para uma população que continua a aumentar e que continua a concentrar-se nos centros urbanos e nos países ditos desenvolvidos.
A criminalidade, a violência e os conflitos sociais a aumentarem.
A minha angústia é pensar que talvez já não haja uma solução (agradável) para a sobrevivência da raça humana.
"A minha angústia é pensar que talvez já não haja uma solução (agradável) para a sobrevivência da raça humana."
Cara Amiga,
O cepticismo pode ser uma atitude mais inteligente mas o optimismo é mais motivador.
Eu acredito na evolução da humanidade para um futuro progressivamente melhor.
Com alguns percalços pelo caminho, evidentemente.
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