Wednesday, August 27, 2008

CHORÕES

"remember, we’re just a nation of whiners"


A última frase do post de Paul Krugman que transcrevi anteriormente é para mim surpreendente. E é surpreendente porque, tanto quanto até hoje me apercebi da idiossincrasia colectiva dos povos (ou o seu perfil psicológico dominante), são os norte-americanos dos mais combativos e empreendedores, onde o "american dream" acontece onde menos se espera. Leiam-se os jornais, os blogues, americanos e onde não há simplesmente reportagem, notícia, há crítica e há propostas.
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Contrariamente, em Portugal, onde o choro é a arma mais comum para atingir a mama, os jornais, os blogues, as televisões, as rádios, a reportagem atinge o clímax com as grandes desgraças, que serve em doses maciças, a crítica sabe sempre o que está mal, muito raramente se aventura em pistas para arrepiarmos caminho.
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Este é, provavelmente, um dos aspectos que melhor referencia a resultante do comportamento colectivo dos portugueses: Sabem o que está mal sem saber como estaria bem, e muito menos o caminho para ir de um lado a outro. Sentem um desconforto congénito que os leva a chorar muitas vezes sem saber porquê. E quando sabem, porque os media lhe acenam com paraísos ao alcance de um empréstimo bancário, embarcam para depois se queixarem que estão arruinados.
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Que fazem os críticos: Choram também. As soluções que as arranje o governo, que é para isso que lhes pagamos. A ninguém mais, nem à oposição sequer, compete discutir alternativas. A vida democrática resume-se à crítica dos actos do governo. Deste, e de qualquer outro, evidentemente.
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Falta, claramente, a Paul Krugman a vivência entre uma verdadeira sociedade de chorões.

1 comment:

Rui Fonseca said...

Li o poste sobre os choroes/whiners. Nao sei se deu para te aperceberes que a frase do Krugman relativamente aos whiners era apenas verbatim da originalmente feita por um assessores economicos do McCain- um tipo chamado Gramm no principio de Julho

Enviado ADF