O tema do dia é a mensagem do PR aos portugueses, ontem à noite, acerca das alterações ao estatuto político dos Açores, oito das quais foram declaradas inconstitucionais, tendo o PR manifestado ainda o seu desacordo com outras de conteúdo político, e que por esse motivo não foram por ele submetidas ao TC, com o objectivo evidente de avisar a AR de que deve ter em conta na reapreciação do documento as razões que apresentou de forma sucinta mas clara. O discurso não durou mais que cinco minutos e qualquer inteligência mediana terá entendido o que foi dito.
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Uma das críticas mais contundentes dos críticos habituais à mensagem foi o seu anúncio sem indicação do tema, o que terá redobrado a curiosidade dos portugueses, mobilizando-os para a audição de um discurso que, afinal, segundo os críticos do preso por ter cão preso por não ter, era o rato parido pela montanha. Esquecem-se estes Valentes Vascos do costume que foi precisamente o facto de o PR ter mantido em segredo o tema da mensagem que levou tanta gente a ouvi-lo, sendo esse o objectivo primeiro de qualquer falante: que o ouçam.
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Quanto ao tema em si, é também espantosa a reacção dos Valentes Vascos: A expectativa gerada foi gorada porque o tema, ainda que importante, não é susceptível de interessar a maioria dos portugueses e, daí concluirem, ter sido desproporcionado o meio escolhido pelo PR para dar conta do seu desagrado. Poderia ter dirigido a mesma mensagem à AR de forma discreta e sem perturbar as férias dos portugueses.
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E é espantosa, porque os mesmos Valentes Vascos ainda há bem pouco tempo se indignaram com o facto de não ter o governo, com o beneplácito do PR, ouvido em referendo os portugueses acerca do Tratado de Lisboa. O que significa que, para eles, um tratado extremamente complexo deveria ter sido explicado, discutido e votado pelos portugueses; mas as alterações ao estatuto político das regiões autónomas (AJJardim espera os resultados para se colocar) que, ainda são território nacional, não merecem sequer uma mensagem do PR aos portugueses.
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É o rebanho a passar.
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