Thursday, August 14, 2008

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS, RICOS

Em tempos de avaliar quem corre mais depressa, salta mais alto ou acerta melhor, os jornais de hoje dão relevo ao ranking dos portugueses mais ricos.
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Sempre que leio estas notícias pergunto-me: Que impostos pagarão estes cavalheiros? Que percentagens dos rendimentos embolsados ou das fortunas acrescidas são tributadas?
Não sabemos. Só sabemos que são os mais ricos mas não sabemos sequer que parte dos seus rendimentos se apresenta para tributação.
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Não sabemos que impostos pagam mas sabemos que, seguramente, a contribuição desta gente rica ficará muitíssimo aquém dos 42% que incidem sobre as remunerações mais elevadas do trabalho.
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Não sabemos mas deveríamos saber. E é estranho que os partidos que se reclamam de esquerda nunca tenham pensado nisto. Ou, se pensaram, fizeram por esquecer. Porquê?

4 comments:

Francisco Carvalho said...

Lá diz o povão:«são podres de ricos». Ricos serão mas também são podres. Então estou como dizem na minha terra: «que deus os favoreça e o cu se lhes apodreça».

Rui Fonseca said...

Caro Francisco,

Só agora li o teu comentário, estive fora, deambulando por terras de Trás-os-Montes, as tuas, e Alto Douro. Vi coisas bonitas e outras nem tanto. Um dia destes falaremos sobre o assunto.

Abraço

Francisco Carvalho said...

Caro Rui,
Se andaste por terras do demo o que viste de não-bonito só pode ter sido obra do homem(agá pequeno),porque o que a Natureza deu chega a ser sublime. Oxalá tenhas presenciado o rio Sabor selvagem. Há tempos canteio assim:

Margens selvagens, pose verdadeira;
No açude da Barca adorna-te
o moinho,
À distância contempla-te o azevinho,
Das encostas namora-te a oliveira.

Tuas águas, no Inverno em cachoeira,
São calmas no Verão,p’ra curar linho;
Do teu povo recebes respeito
e carinho,
Com recortes vistosos debruas a ladeira.

Sempre foste para nós motivo de vaidade;
E quando te esperam mudanças importantes,
Já te olhamos com imensa saudade.

Talvez não sejam mudanças alarmantes:
Continuarás a viver sem ter idade,
Mas não serás mais como eras dantes!

Falaremos, então, creio que no dia 9, na almoçarada das nossas nostalgias e dos nossos descontentamentos (porque as angústias ficam para o jantar).Até lá um abç e parabéns pela perseverança no teu blog, que indiscutivelmente tem qualidade para merecer mais comentários(a começar por mim).

Rui Fonseca said...

Caro Francisco,

Obrigado pelo teu poema tão sentido e saudoso.

Tens razão, meu velho amigo: Do que vi só a indigência mental e a incúria humana têm colocado algumas chagas naquela paisagem magnífica.

Lamentavelmente, há muito, muito pior quase por toda a parte.

Dia 9, lá estaremos.