Thursday, September 06, 2012

ACERCA DA INEVITABILIDADE DA OBSCENIDADE

A discussão é inevitável e não se pode culpar a comunicação social de transmitir o que os políticos, os para políticos, os retirados da política, e os outros, que também são gente, entendem opinar sobre o assunto: como é que o governo descalça a bota apertada do défice (e da dívida pública, que é por aí que a bota aperta) sem aumentar os impostos?  

O CDS, espetou o dedo no ar, e disse: mais impostos, nem pensar.
Pensou Passos, que considera que no Governo ninguém pode excluir mais impostos e do CDS disseram que, sim senhor, quem manda é ele, o CDS apenas quis pressionar a troica, pensando que a troica é cega e surda. 

J Salgueiro, a propósito, opinou que  mais tempo para cumprir o programa será mau para Portugal. Também acho, e escrevi uma coisa parecida , por exemplo, aqui. Freitas do Amaral defende subida dos impostos para os mais ricos Miguel Cadilhe defendeu há dois meses na AR um imposto extraordinário de 4% sobre a riqueza para amortização directa da dívida. Há mais tempo defendeu a venda de parte das reservas de ouro. Ninguém ligou, e eu continuo sem saber porquê. Há cerca de um ano atrás defendeu a privatização total da CGD. Concordo com ele, e expliquei aqui porquê.

Mas, assim de repente, pensar que se descalça a bota sem mais impostos é impensável. O que pode discutir-se é quem vai pagar a descalçadeira. Sempre os mesmos ou os outros?
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Cor. - E se tivesse havido um objectivo de redução do défice mais moderado? Talvez o défice fosse o mesmo mas a recessão menos acentuada. Não é impossível responder a esta pergunta, para o que bastaria ter acesso ao modelo macroeconómico que o Governo usa ou ter a capacidade de o replicar

E por que não vende o ministro Relvas os submarinos?

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