Wednesday, September 26, 2012

A CAIXA DEPENDURADA

Caixa Geral de Depósitos vai assumir perdas de 50 milhões com autoestradas em Espanha e na Grécia

É longa e escandalosa a lista das operações ruinosas enjorcadas pelos caixeiros que os portugueses têm de pagar com cortes de salários e pensões, impostos e taxas extraordinárias. Ontem foi divulgada mais uma dessas operações em que os caixeiros meteram a Caixa com objectivos obscuros. Quem é que deu ordens ou concedeu autorizações aqueles melros para financiarem autoestradas no estrangeiro e arruinarem os resultados do banco do Estado em Portugal?
 
Alguns dirão: Os bancos privados fizeram o mesmo. O que é verdade, mas que suscita uma questão que já devia ter tido resposta há muito tempo. Insisto nisto: Se a Caixa Geral de Depósitos não se distingue dos bancos privados e se limita geralmente a fazer pior que estes, para que queremos um banco do Estado?
 
Numa altura em que se ouvem novamente rumores acerca da eventual privatização da Caixa, são muitos os que saltam para o caminho, indignados, a berrar: Alto aí! A Caixa não!
 
E por que não?
 
Que vantagens têm os portugueses retirado da existência de um banco com o cadastro repleto de acções asnáticas? Desvantagens, conhecem-se muitas. Foram os caixeiros que municiaram as guerras no BCP, que geriram desastradamente o BPN nacionalizado, que emprestaram em larga escala contra garantias de barro, que enfiaram sem critério nem medida crédito na construção civil e embriagaram a economia.
 
Constou recentemente, a propósito das garantias exiguidas a Roquete, e que este se recusou a dar, que os caixeiros estão agora instruídos para se distingirem do rebanho. Mas o caixeiro-mor, que disse amen a tanta vilanagem,  quando não foi ele próprio autor das proezas, continua mantido no seu posto, acumulando funções com as de presidente da súcia de que seria suposto ter-se afastado, se alguma coisa mudou na missão da Caixa.
 

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