Em Cascais, no paredão, colocou a Câmara local um conjunto de trinta e muitos cartazes publicitários, no âmbito de uma campanha de propaganda política a que chama "Orçamento Participativo". O que é isto? Percebe-se, sem grande dificuldade, que é demagogia descarada: encomendaram os demagogos a concepção, produção, transporte e colocação do material (e a retirada um dia destes, espera-se) e convidam a população residente que vote a realização de um conjunto de pequenos projectos. Muito provavelmente, fica mais cara a propaganda que alguns dos projectos submetidos a referendo popular.
Um destes projectos, por exemplo, é o arranjo do passeio da Rua Homem Cristo! Aquilo, cuja realização, é suposto ser a mais elementar responsabilidade autárquica é condicionada à aprovação popular. E os outros passeios, e são muitos, à procura de reparação, senhores autarcas, não vão a votos?
Para o Estoril, está sujeito a votação a criação de um "Dog Park". Note-se que não é um "Parque para Cães", uma designação sem political appeal e que, muito provavelmente, por essa minúcia, poderia ser rejeitado pelos interessados.
Há já uns anos atrás, presidia na Câmara de Lisboa o inenarrável Santana Lopes, eram colocados nas ruas, onde havia obras de reparação do asfalto, cartazes de propaganda ridícula "Já reparou que estamos a melhorar a sua rua?" . Estes demagogos de Cascais dizem agora aos papalvos: "Reparem como somos democratas".
Em Setúbal, também há anos, montaram na Av Luísa Todi um enorme e caríssimo contador electrónico decrescente do número de dias até à conclusão dos trabalhos da "Polis" prometida. Quando o relógio estava a chegar a zero e o retiraram ainda os trabalhos não tinham sido iniciados. Começaram muito mais tarde.
Exemplos de demagogia à solta neste país encalacrado, num "Demagoguery park" .
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