Agora, com as eleições presidenciais norte-americanas de 6 de Novembro quase à porta, qualquer erro flagrante dos candidatos pode ser decisivo. As divergências nas questões mais críticas - segurança social e emprego - tendem a ser torneadas e a tornarem-se menos fracturantes. Romney, antes tão assertivo acerca da sua intenção de redução drástica da segurança social implementada por Obama, admite agora manter as principais medidas se for eleito. É neste contexto de esbatimento da radicalização inicial dos republicanos que irrompe um factor perturbador interno a desafiar a liderança de Obama a poucas semanas do acto eleitoral: a ameaça de greve dos sindicatos dos professores em Chicago, de onde geralmente alastram os movimentos grevistas para todo o país.
E porquê?
Muito sucintamente, porque o mayor de Chicago, que foi chefe de gabinete de Obama, decidiu implementar as políticas de reforma na educação pelas quais o presidente se bateu durante o seu mandato: elevar os padrões de conhecimentos académicos, aumentar o número de horas de ensino nas escolas públicas, aumentar a exigência de qualidade do ensino através da avaliação dos professores. Como resposta, os sindicatos dos 26 mil professores ameaçam fazer greve.
Como seria de esperar, iniciaram-se imediatamente contactos de bastidores no sentido de dissipar um tornado político que pode atingir seriamente Obama, que conta na classe dos professores - 4,5 milhões de filiados nos sindicatos em todo o país - com uma forte base de apoio. Quem, naturalmente, espera calado para tirar proveitos, qualquer que seja a saída engendrada pela administração democrata, é Romney. A questão mais intrincada em jogo é a avaliação dos professores, que o mayor de Chicago quer alargar a 40% deles (25%, actualmente).
Mas, com Romney, os professores das escolas públicas não ficarão melhor posicionados. Romney promete entregar vales de ensino aos pais dos estudantes de modo a que estes possam frequentar escolas privadas ou de iniciativa religiosa, um programa que os sindicatos contestam.
Uma greve destas, onde os sindicatos reclamam estar em causa não apenas os professores mas toda a função pública, não podia ter vindo na pior altura: para Obama e para os sindicatos.
Como seria de esperar, iniciaram-se imediatamente contactos de bastidores no sentido de dissipar um tornado político que pode atingir seriamente Obama, que conta na classe dos professores - 4,5 milhões de filiados nos sindicatos em todo o país - com uma forte base de apoio. Quem, naturalmente, espera calado para tirar proveitos, qualquer que seja a saída engendrada pela administração democrata, é Romney. A questão mais intrincada em jogo é a avaliação dos professores, que o mayor de Chicago quer alargar a 40% deles (25%, actualmente).
Mas, com Romney, os professores das escolas públicas não ficarão melhor posicionados. Romney promete entregar vales de ensino aos pais dos estudantes de modo a que estes possam frequentar escolas privadas ou de iniciativa religiosa, um programa que os sindicatos contestam.
Uma greve destas, onde os sindicatos reclamam estar em causa não apenas os professores mas toda a função pública, não podia ter vindo na pior altura: para Obama e para os sindicatos.
2 comments:
Olá Rui
Espero que estejas a ter uma ótima estadia nos states.
Ao ler este post fico embaraçado com os números.
Para uma população estudantil que deve ultrapassar os 80 milhões só 26 mil professores sindicalizados? Ou faltou-te um zero ou este número é muito pouco representativo.
Já agora "acertivo" no sentido que queres usar acho que deve ser escrito com ss ou seja assertivo.
Um abraço
L
Olá Luciano, boa tarde!
Obrigado pelo teu comentário e pelo assertivo reparo. Já está corrigido o erro. Quanto ao número de associados dos sindicatos em todos os EUA são 4,5 milhões como digo no apontamento. Os 26 mil são em Chicago.
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