Monday, September 03, 2012

FINALMENTE, EUROPEUS?

Rehn: União bancária deve ser "prioridade" para garantir estabilidade da economia

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, afirmou hoje, em Bruxelas, que a criação de uma união bancária europeia deve ser uma "prioridade", considerando ser uma medida necessária para garantir a estabilidade da economia europeia. (aqui) A Comissão Europeia prevê dar a conhecer oficialmente a sua proposta para criar uma união bancária na Europa no próximo dia 12, com o objectivo de que os Estados membros a discutam nos próximos meses e possa estar aprovada antes do fim do ano. "Ou ganhamos todos juntos, ou perdemos todos juntos", disse ainda o comissário europeu, acrescentando que os europeus "não podem e não serão divididos entre vencedores e perdedores".

A ideia não é nova. A primeira vez que a vi referida registei-a aqui. Wolfgang Münchau tinha apontado no Financial Times desse dia que a "única forma de evitar a corrida aos bancos" requeria a centralização da supervisão bancária e a globalização das garantias bancárias. Alguns tempos depois,  Draghi  perfilhou a ideia, Merkel, como vem sendo habitual não a contrariou mas tentou minimizar-lhe o âmbito, Barroso opinou (já que não lhe é dado decidir) que a medida não deveria excluir ninguém. 

Hoje Olli Rhen assumiu que a Comissão apresentará a proposta que pode, finalmente, evitar que os europeus sejam divididos e a União Europeia se extinga.

Há dias, Paulo Rangel defendeu a necessidade de a Europa caminhar para o federalismo sob pena de se desmoronar e cair no caos. Tenho apontado o mesmo sentimento repetidas vezes neste caderno. A proposta que Olli Rehn anunciou hoje será, se vier a concretizar-se o segundo grande passo nesse sentido. O primeiro foi a criação da zona euro. Espera-se que as ameaças que impendem sobre este se reduzam significativamente com a globalização bancária na União.

Os alemães vão rabiar. Quem se colocará ao lado deles? Do sucesso desta ideia depende a unidade dos europeus. Mas para esse sucesso, que não pode ser construido sem a aceitação da Alemanha, será decisiva a força da união dos restantes membros relativamente à proposta.

No comments: