Friday, April 20, 2012

FORA DO PRAZO DE GARANTIA

Hoje é notícia a entrevista da ministra da Justiça.
O noticiário da manhã, que anuncia a entrevista, não destaca novidades sobre a Justiça mas uma antiguidade sobre as garantias da reposição dos (mal denominados) subsídios cortados aos funcionários públicos - e aos pensionistas da segurança social, que, sabe-se lá porque bulas são ignorados nestas notícias depois de terem sido assimilados a funcionários públicos, que nunca foram na vida.  

Que disse a ministra? Que a Constituição não está suspensa, que os direitos estão garantidos, mas que não há dinheiro. E contra a falta de dinheiro não há direitos constitucionais nem constitucionais tribunais que valham.

A tarefa deste Governo nunca seria fácil. Mas tornou-se mais difícil a partir do momento em que o indigitado primeiro-ministro decidiu deixar de fora do barco abalroado o partido com mais responsabilidades no abalroamento.

A questão dos cortes dos subsídios e das contínuas alterações das garantias da sua reposição, as garantias de que não há necessidade de mais empréstimos, as garantias de que não vai haver reestruturação das dívidas, a garantia de que em meados de 2013, depois em finais de 2013, depois em 2014, Portugal volta aos mercados financeiros, estão apressadamente a perder credibilidade em cada dia que passa, e não está de modo algum garantido o que o ministro das Finanças ontem garantiu em Nova Iorque: a garantia de que os portugueses estão dispostos a suportar todos os sacrifícios.

Porque a verdade é esta: Os cortes nos ordenados e pensões de alguns (este o verdadeiro nome do "corte de subsídios") não vão ser repostos, alguns aumentos salariais e de pensões começarão a ser feitos só daqui a uns anos largos, vai haver reforço da ajuda externa, vai haver mais medidas de austeridade, vai haver reestruturação da dívida,

se Passos Coelho não garantir em Bruxelas o contrário do que o ministro das finanças afiançou em Nova Iorque: porque há limites para os sacrifícios da esmagadora maioria daqueles que sobreviverem ou não emigrarem. 

1 comment:

rui fonseca said...

Obrigado "Anonymous".

Já corrigi.