Friday, April 06, 2012

DON´T DO IT - 2

Há pouco mais de quatro meses referi e, genericamente, comentei aqui uma série de artigos publicados no Economist e que foram títulos de capa da revista. O título do primeiro, Don´t do it, publicado na primeira semana de Dezembro de 2010, era bastante expressivo do pendor que no Economist prevalecia acerca da imprescindibilidade de não matar o euro.


A edição desta semana do mesmo Economist publica - The currency disunion - um editorial, na sequência de uns quantos outros, que equaciona as possibilidades de a Zona Euro se desmembrar, ou mesmo se dissolver. No fim de contas a discussão que se tornou fastidiosamente recorrente  acerca do beco em que a União Europeia, e não  apenas os membros da Zona Euro, se encontra, e das saídas possíveis do imbróglio. 

Qualquer delas é arriscada mas, porque opinião não paga impostos, já há receitas gratuitamente oferecidas sobre as diferentes maneiras de liquidar total ou reduzir parcialmente a Zona Euro. Eu mesmo, num apontamento que já lá está muito para trás, inventei, por divertimento mental, uma saída, que muito provavelmente funcionaria mal. Como qualquer outra, passe a imodéstia.

Num ponto, no entanto, não acerto o passo com a multidão de opinadores acerca das consequências da saída de um ou mais membros da Zona Euro ou, na hipótese extrema, do fim absoluto da moeda única europeia: as consequências políticas desse desastre.

A generalidade dos comentadores, e digo ageneralidade porque, como é por demais evidentem, leio apenas uma pequeníssima parte do que acerca do tema se escreve,  equaciona o problema europeu apenas em termos financeiros e, menos frequentemente, económicos. E essa é uma posição vesga que pode conduzir a Europa a uma tragédia que não será grega porque será global.
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Insisto nisto: Se os actuais lideres da União Europeia, e todos eles são inteiramente responsáveis independentemente da dimensão de cada país membro, se esquecem que a UE é um desenvolvimento de uma integração económica congeminada por razões políticas por quem foi testemunha das guerras europeias do século passado e dos seus horrores, com o objectivo maior de evitar outro conflito, não acabarão apenas com o euro e a União Europeia mas com a paz na Europa.         

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