A política de austeridade está a ser posta em causa por todo o lado menos pelos governos que a subscrevem.
Neste vídeo do Economist comentam-se os mais recentes acontecimentos que mergulham na crise com que a União Europeia se confronta depois da prescrição da política de austeridade aceite por quase todos os seus membros. Em França, François Hollande, se for o próximo presidente, promete não ratificar o tratado recentemente subscrito por 25 dos 27 membros da União, e exigir que o BCE possa financiar directamente os diferentes membros sem intermediação bancária; na Holanda o governo caiu e a assinatura do tratado está na razão imediata do divórcio entre os parceiros da coligação que governava o país. Na República Checa há movimentações sociais de contestação; em Espanha, o governo recentemente eleito não contem a dívida, nem a recessão, nem o desemprego; em França, a extrema-direita volta a atingir resultados expressivos de descontentamento por razões diversas, algumas certamente opostas, mas onde um lastro de xenofobia continua a sedimentar-se e a crescer.
No vídeo, alguns destes sintomas são enunciados mas não escalpelizados. Outros, como o momentum recessivo no Reino Unido, onde o Economist é nado e criado, não entram na agenda dos dois comentadores. Percebe-se: os britânicos continuam a olhar com distanciamento os problemas do continente como problemas dos outros.
Aliás, este distanciamento progride um pouco por toda a União onde as discussões monopolizadas pela crise não dão oportunidade para reflectir sobre o futuro, como se a crise possa ter outra solução que não seja fundamentalmente política.
Se François Hollande promete e ganha e Merkel discorda o que é que acontece?
O que é que acontece à União Europeia se cada qual, sacando das suas prerrogativas de soberania, se remeter para seu canto e amuar de vez? É possível solucionar a crise e recolocar a União Europeia nos carris depois de lhe ter caído uma crise desta dimensão em cima dos carris sem a cooperação de todos?
O Estado paga!, ordena o dr. Mário Soares, e a Merkel que vá bugiar.
A soberania é a última coisa a perder depois de estar totalmente perdida.
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