Wednesday, April 04, 2012

AFIRMA DRAGHI

O modelo social europeu está morto (in Público on line).
Em entrevista publicada a 24 de Fevereiro no Wall Street Journal Draghi já afirmara o mesmo: "Continental Social Model is Gone, Wont´t Backtrack on Austerity".

A propósito, aqui pergunta-se: Acabou-se este modelo social ou este modelo europeu?

Na entrevista ao WSJ  Draghi, a propósito do modelo social europeu afirmou: "You know there was a time when [economist] Rudi Dornbusch used to say that the Europeans are so rich they can afford to pay everybody for not working. That's gone,"O estado social europeu, travejado pela solidariedade e pela inclusão, sustentou-se no crescimento económico e no pleno emprego. Paradoxalmente, contudo, é quando aquelas traves começam a gemer com o peso e a ameaçar ruptura que uma questão crítica se coloca: Que convivência social pode esperar-se quando o crescimento económico estagna e o desemprego explode, se a solidariedade deixar de existir e a exclusão marginalizar?

Que modelo de sociedade pode garantir uma convivência que permita evitar a guerra? Porque, contrariamente ao que afirma Draghi, tendencialmente o trabalho, em consequência das conquistas científicas e do engenho dos homens, será um bem cada bem cada vez mais escasso.

E a discussão que se coloca não é, salvo melhor opinião, sustentar este ou outro modelo que garanta a convivência pacífica na Europa, mas o modo como garantir que esse modelo não seja exclusivamente europeu. Caso contrário, o modelo será chinês um dia destes.

O que está em causa, antes de mais, é a globalização e o que é mais urgente é o seu reenquadramento. Se não, a trajectória será descendente até ao ponto (longínquo) em que ela se inverterá, provavelmente após convulsões sociais e bélicas com consequências imprevisíveis. O que se passa na União Europeia, com as contradições que a entravam, é um caso particular das consequências mal reguladas de globalização.
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Não é possível segurança interna sem segurança social em democracia. A segurança externa estará sempre ameaçada se os caminhos do futuro não apontarem para a segurança social universal. 

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