“Haja frontalidade de referir que, também, a banca não se pode eximir das responsabilidades que lhe cabem no descalabro financeiro a que chegamos. A começar na incompreensível passividade do Banco de Portugal e acabar nos erros de gestão da banca comercial, cujo respeito pelo interesse do país esteve quase sempre, aquém daquele que foi a preocupação com o lucro (...)”
Oh! Rio!, Só agora é que percebeste ou só agora te assomou a frontalidade?
Não acredito.
Se há coisas que não te faltam é capacidade de entendimento e frontalidade.
Admitamos que este teu discurso é aviso ao esquecimento ou falta de informação que leva os cidadãos a culparem os políticos pela totalidade do descalabro e a, implicitamente, absolverem outros culpados.
Mas, então, considerando as graves culpas dos banqueiros, caixeiros e reguladores, qual é a tua sentença?
São culpados mas não condenados?
Que farias tu, Rio, se fosses primeiro-ministro deste País à deriva, e a inimputabilidade fosse regra sem excepção porque, mesmo nos casos contemplados pelo Código Penal, ninguém foi ainda condenado, alguns nem acusados, o governador do Branco de Portugal foi promovido para Frankfurt e todos os outros funcionários, mais graúdos ou menos graúdos, são contemplados por isenções e beneficiados com privilégios? E quando a conta do descalabro não é apresentada equitativamente a todos, nenhuma aos banqueiros, que, se perfilam, aliás, para uma ajuda dos contribuintes?
Que farias tu se os caixeiros (administradores da Caixa Geral de Depósitos, não confundir com os banqueiros, administradores dos bancos) continuassem integrados na cauda do rebanho pisando o que os da frente deixam para trás, dedicando-se, como eles, à intermediação da importação de endividamento para o Estado e para os sectores protegidos (vulgo monopólios de facto) da economia?
Que farias tu, se depois de terem embriagado o País com construção civil e obras públicas, consumismo imparável, continuassem a massacrar o excelentíssimo consumidor endividado até ao cocuruto com propaganda para lhe sustentar os vícios a taxas de juro que ultrapassam os 30%?
Rio: uma frontalidade inconsequente é uma saliente impotência.
Uma frustração típica de um blogger (ou de um Presidente da República! em cada 25 de Abril) não deve ser apanágio de um político com a tua dimensão.
De um político no activo como tu espera-se intervenção activa e determinante em sede própria.
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