"Troica chega para a semana para avaliar crédito da banca", lê-se no Expresso/Economia de ontem.
Também ontem, o Financial Times tinha como principal título: "Bancos (Bank of America, Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan, Chase e Citigroup, e ainda o Nomura, o Credit Suisse e o Royal Bank of Scotland) processados (pelo regulador norte-americano) por prestação de informações falsas acerca de hipotecas sobre créditos concedidos para habitação, posteriormente securitizadas e vendidas, e que provocaram a crise financeira (das subprime)" .
Ainda no mesmo FT, mas desta vez no caderno "Money" ficamos a saber que o HSBC, um dos maiores bancos britânicos, falhou o prazo que lhe tinha sido concedido para informar os credores de indemnizações em contratos de seguros de incumprimento de créditos financeiros (PPI - payment protectin insurance). O total das indemnizações por PPI devidas pelos bancos britânicos é de 7 biliões de libras, das quais 3,2 biliões são devidas pelo Lloyds Banking Group PPI liability, mas até agora só foram pagas 215 milhões de libras. Recorde-se que, em Setembro de 2008, a AIG, maior empresa de seguros de créditos financeiros teve de ser resgatada pela Reserva Federal Americana, o maior resgate até hoje observado nos EUA, na sequência da falência do Lehman Brothers.
Voltando a Portugal e à notícia do Expresso: Em Junho, os bancos detinham em carteira 25,5 mil milhões da dívida pública, dos quais a CGD com 7,1 mM, o BCP com 6,1 mM, o BES com 3,3 mM, o BPI com 2 mM. Em Dezembro de 2099, a dívida pública tomada pelos bancos portugueses era de 10 mM, mais que duplicou, portanto, no espaço de dezoito meses.
Voltando a Portugal e à notícia do Expresso: Em Junho, os bancos detinham em carteira 25,5 mil milhões da dívida pública, dos quais a CGD com 7,1 mM, o BCP com 6,1 mM, o BES com 3,3 mM, o BPI com 2 mM. Em Dezembro de 2099, a dívida pública tomada pelos bancos portugueses era de 10 mM, mais que duplicou, portanto, no espaço de dezoito meses.
Por outro lado, a banca, neste caso a CGD, emprestou em 2007 a Berardo 1000 milhões para comprar acções do BCP (valem hoje dez vezes menos). A CGD, aliás, foi pródiga em empréstimos para negócios de compras de acções, nomeadamente a grupos do sector de construção de obras públicas, numa manobra concertada com o governo anterior, que decapitou a anterior administração do BCP e colocou lá o então presidente da CGD.
Sabe-se, agora, que o BPN emprestou a Américo Amorim (ou a uma sociedade maioritariamente detida por ele) 1,6 mM para comprar a Galp.
Todos estes recursos para aplicações meramente financeiras, sem repercussão no investimento real, foram importados do estrangeiro através dos bancos que não olharam a riscos futuros e se entusiasmaram com os honorários e os prémios que as margens lhes proporcionavam, e confiantes que a rede "moral hazard" os apararia na queda se ela acontecesse.
Aconteceu.
É por estas e por outras irresponsabilidades banqueiras que sempre que o ministro das Finanças dá uma conferência de imprensa é para anunciar novos aumentos de impostos sobre os salários e as pensões dos portugueses que não são banqueiros nem devem milhares de milhões aos bancos.
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Corr. - Sermão do Bom Ladrão ( Padre António Vieira) - aqui
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