Thursday, September 15, 2011

TAMBÉM TU, SUÍÇA?

A banca suíça tem fama (e proveito) de proceder com discrição e prudência.

Não por acaso, na situação de crise que se atravessa no sistema financeiro, e particularmente na zona euro, ( a crise do euro está a levar as famílias e empresas da Grécia, Irlanda, Espanha e Itália a retirarem as poupanças dos bancos; a diminuição do saldo dos depósitos chega aos 40% no caso irlandêsaqui) o franco suíço tem sido, como várias vezes na passado, procurado como refúgio, como se fosse ouro. Como a praça de Zurique é uma praça forte mas a Suíça é um país pequeno (cerca de 7 milhões de habitantes) a excepcional procura de francos suíços atirou com as suas cotações para níveis insuportáveis para a economia suíça, e o Banco Central Suíço teve de intervir decidindo-se por ligar a cotação da sua moeda sua  ao euro (1 euro não menos que 1,2 francos suíços).  

Mas até na Suíça as tradições mudam, mesmo as banqueiras.

O maior banco suíço, a UBS, foi obrigado a reconhecer nas suas contas, em Abril de 2008, perdas de 37 biliões de dólares decorrentes da burla em que se deixou incorrer ao investir produtos financeiros intoxicados com obrigações sub-prime, made in USA. O presidente foi obrigado a demitir-se.  

Hoje, é notícia que o UBS voltou a sofrer perdas pesadas decorrentes de operações que não controlou ou controlou mal: um dos seus agentes agentes, da sua banca de investimentos,  operou sem permissão e provocou perdas de 2 mil milhões de dólares - aqui.

Acontecimentos destes ocorrem, estou certo disso, todos os dias em toda a parte onde se realizam operações destas. A esmagadora maioria, porém, é dissolvida, ou porque são os clientes/investidores que suportam as perdas, ou porque as perdas não têm a dimensão medida em milhares de milhões. 

Nada disto seria dramático se não existisse a promiscuidade entre a banca de depósitos e a impropriamente designada banca de investimento. Se dos jogos financeiros realizados por esta não resultassem consequências muito negativas para aquela, nada a opor pelo cidadão comum que não tem hábitos de jogador. Acontece que não é assim: Quando as perdas decorrentes da banca de investimento ameaçam a solvência do banco, a ameaça de risco sistémico obriga os Estado a intervir e a lançar impostos sobre os cidadãos para resgatar o sistema.

Esta a razão fundamental da crise aque atravessamos.
Neste bloco de notas já abordei o assunto dezenas de vezes.

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