Sunday, September 25, 2011

O EURO OU A GUERRA

Quando há dias o Secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, foi à Polónia fazendo-se convidado para a reunião dos ministros das Finanças dos países membros da União Europeia (uma participação inédita) as suas intenções, pelo menos aparentemente, eram boas mas as suas propostas estavam desfasadas dos objectivos da reunião. Geithner supunha que na reunião se  abordaria a questão da defesa o euro mas, na realidade, do que se tratava era de prevenir novo conflito bélico na Europa. De modo que o ministro norte-americano foi devolvido à procedência com a recomendação implícita de tratar ele dos problemas que tem em casa. 

Esta, a versão dos acontecimentos dada aqui por John Kornblum, "senior counselor with the international law firm Noerr LLP in Berlin, served as the U.S. ambassador to Germany from 1997 to 2001" , num artigo com o apelativo título "Sem o euro a Europa teria voltado à guerra?" .

Ninguém sabe, evidentemente. Mas o que toda a gente pode saber é que a causa primordial que está nas fundações da actual União Europeia foi o desejo de  prevenir que um conflito armado voltasse a ensanguentar a Europa.

Mas mais: Sabe-se também que essa continua a ser a preocupação cimeira dos políticos europeus e que ela condiciona decisivamente a forma como a crise financeira que ameaça a contrução da União Europeia tem de ser abordada: com passadas curtas, seguindo a receita dos pais fundadores. 

Será possível ultrapassar esta crise e espantar o avantesma da guerra continuando a política de ajustamentos circunstanciais para que a construção não de desmorone de vez? Dito de outro modo: Têm os actuais líderes falta de capacidade para mobilizar 500 milhões de cidadãos atrás de uma bandeira de mudança decisiva para a sobrevivência da União Europeia ou estão condenados a gerir a crise com pinças?

Para o autor do artigo, a introdução do euro, se veio tornar mais consistente a União Europeia
também lhe retirou maior capacidade de adaptação às circunstâncias. E hoje, as decisões que tiverem de ser tomadas, têm sempre subjacente a possibilidade da guerra e dos meios para a evitar. 

John Kornblum não pergunta mas pergunto eu: Se Helmut Kohl fosse ainda o Chanceler da Alemanha (ele, que tem criticado a política de Merkel, e que foi o maior político europeu, se não  mundial, do pós-guerra) conseguiria ele, temerariamente, ultrapassar a crise e salvaguardar a paz na Europa?
Ninguém sabe. O que se sabe é que a União Europeia, se quiser ser o que se chama, não pode continuar a depender da vontade hegemónica do Chanceler da Alemanha. E muito menos da ganância dos banqueiros europeus.

1 comment:

Anonymous said...

Interessante. E certeiro, parece-me.


IsabelPS