Quando há dias li o título do artigo de Paul de Grauwe, que comentei aqui, supus que o autor, empenhado em qualificar o equilíbrio orçamental como um fundamentalismo sem justificação plausível, colocasse a dicotomia que sustenta a sua tese no confronto entre os méritos/deméritos da despesa pública e privada. De Grauwe, no entanto, preferiu a dívida.
Ocorreu-me novamente o artigo de Grauwe a propósito de um artigo publicado no Economist desta semana, que transcrevo aqui, sobre o perigoso deslizamento das economias ocidentais para níveis de desemprego estrutural que não auguram nada de bom.
O Economist, que sempre se caracterizou por posições liberais, tem vindo a publicar diversos artigos críticos das opções europeias de austeridade para ultrapassar crise. Por outro lado, observa que a administração norte-americana não tem dirigido os sucessivos pacotes de estímulos à economia a investimentos públicos mais influentes na criação de emprego. Mas o que é relevante neste alinhamento do Economist, entre outros, com aqueles que condenam a política de austeridade na actual fase de uma crise de que ainda não se vê o fundo.
Tem de Grauwe, afinal, razão? Penso que não.
Nunca é virtuoso opor um fundmentalimo a outro. A despesa pública pode ser boa ou má. Depende das circunstâncias e, sobretudo, dos resultados previsíveis e os atingidos. Tal como a despesa privada, aliás.
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