Thursday, September 22, 2011

QUEM CABRITOS VENDE

No DN de hoje, a manchete "Trinta figuras de topo avisadas sobre a Madeira" (Todos foram informados. Mas ninguém reagiu aos sucessivos alertas do Tribunal de Contas. Só a 'troika')  só pode ser notícia para quem tenha andado todos estes anos de descontrolo das contas públicas de olhos tapados ou tenha fraca memória. Porque não foram só as mais tópicas figuras que sabiam que o Alberto estava a fazer o que lhe dava na real gana sem que alguém fosse capaz de lhe cortar as vazas. Todos quantos visitavam a Madeira regressavam maravilhados com a obra que o Alberto estava a realizar na Ilha e, pela obra pujante perdoavam-lhe a persistente insolência. 

A notícia do DN acrescenta que "Dois presidentes da República, dois procuradores-gerais da República, três primeiros-ministros, quatro ministros das Finanças, três presidentes da Assembleia da República, dois presidentes do Supremo Tribunal Administrativo, três presidentes do Tribunal Constitucional, três presidente do Supremo Tribunal de Justiça, entidades regionais (líderes dos partidos e deputados incluídos). A lista a que o Tribunal de Contas entregou os pareceres sobre as contas das regiões autónomas é vastíssima. E há ainda publicação no 'Diário da República'. Mas ninguém agiu face aos avisos"

E porquê?

Porque todos eles, sem excepção, nunca tiveram a coragem de enfrentar o Alberto, refugiando a sua pusilanimidade numa evasiva sem consistência real: a de que a legitimidade do Alberto se encontrava sufragada pelo voto absolutamente maioritário dos madeirenses. Um argumento que teria forçosamente de acabar no dia em que o crédito acabasse. É assim que terminam normalmente as demagogias. Lá como cá, aliás.

O Alberto tem, e vai continuar a ter, o apoio maioritário dos madeirenses, porque ele criou na Ilha um quase monopólio de Estado que emprega, directa ou directamente, a larga maioria da população a quem ele compra o voto. Quando a benevolência dos doadores afrouxou e o crédito ameaçava secar, o Alberto sonegou as contas. Até ao dia em que, aqueles a quem não impressiona a chantagem da ameaça da independência da Ilha,  lhe puxaram pelo rabo. 

Lá como cá.

2 comments:

Romeiro said...

Reprovo completamente o comportamento de AJJ. Está fora de dúvida.
Mas concordando que tal aconteceu porque todos, durante anos, assobiaram para o lado e agora se assiste a uma encenação de hipocrisia colectiva pergunto:
e aqueles que endividaram mais do que proporcionalmente o Continente onde a obra feita é pouco vísivel e enriqueceram ou fizeram os amigos ricos , devem ser esquecidos?

rui fonseca said...

Não. De modo algum.
Mas as vigarices de uns não justificam nem sequer são atenuantes das vigarices de outros.