Wednesday, September 07, 2011

É A ECONOMIA, EXCELÊNCIAS!

A dívida pública, e a discussão entre os aumentos de impostos e a redução da despesa que tarda em acontecer (mas em ano de contratações congeladas o Estado já admitiu, até Junho, 6500 funcionários, segundo o que lê aqui), tem monopolizado a atenção da opinião pública mais consciente das dificuldades que o país atravessa.

Percebe-se que assim seja: O Governo tem que executar as medidas impostas pelo acordo com a troica e estas visam, prioritariamente, reduzir o défice e a dívida pública que continuam a  colocar o Estado português na frente, a seguir à Grécia, da lista dos mais suspeitos devedores do mundo.

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c/p Economist

Daquilo que esteve na origem do desastre (a inadequação aos efeitos da coabitação da economia com uma moeda forte) pouco, para não dizer, nada, se tem falado. A questão, tão badalada durante a campanha eleitoral, da necessidade de políticas capazes de contrariar os efeitos negativos de uma moeda forte sobre sectores de produções transaccionáveis, sumiu-se no meio da discussão entre o prometido (menos despesa) e o acontecido, até agora.

Da economia real, daquela que só com ela se pode virar sustentadamente a tendência do crescimento do défice estrutural, não se ouve da parte do ministros das pastas económicas uma ideia robusta, uma esperança motivadora. Cristas, além do mais,  responsável pela agricultura e pescas, sabe-se que deu liberdade (!) aos colaboradores dos seus ministérios para deixarem de  usar gravata, anunciou que vai acabar com a Parque Expo, onde há mais um buracão financeiro, quer que a indústria agrícola seja tributariamente favorecida. O que, feitas as contas, é quase nada.

Portas, durante a campanha eleitoral, proclamou o apoio aos pequenos agricultores como uma das acções primordiais de relançamento da economia. Até agora, não se ouviu Cristas sobre o assunto. Talvez porque o slogan tinha demagogia a mais e substância a menos. A agricultura há muito que deixou de ser uma actividade de mão de obra intensiva em áreas reduzidas de exploração. A produtividade agrícola passa por outros caminhos.

Álvaro Santos Pereira, o superministro da Economia, da Obras Públicas e do Emprego, admitiu que o TGV seria reapreciado este mês mas Passos Coelho já considerou o assunto arrumado: não haverá TGV. Quanto ao resto, Álvaro não se descose porque não pode ou não sabe como. 

Da Justiça, cuja ineficiência tem um peso enorme sobre o insucesso económico, nada de novo. 

Assim, não sairemos da cepa torta por mais impostos que suportemos. 

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Correl . - A Cristas, por despacho publicado no DR, manda que as impressoras do ministério (só do Ambiente ou também dos outros?) sejam programadas para imprimir a preto e branco, frente e verso e papel de rascunho; que as viaturas oficiais só podem ser utilizadas em serviço ou de representação oficial; que as viagens aéreas com menos de quatro horas sejam efectuadas em classe económica; que os cartões de crédito sejam cancelados. (aqui ). É alguma coisa. Mas continua a ser quase nada.

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