Friday, September 16, 2011

EUROLIGAÇÕES

Não se trata de um mero jogo de palavras mas a designação eurobonds, os tão discutidos eurobonds, considerados por muitos como o elemento financeiro que poderia garantir a sustentabilidade da zona euro e a solidariedade entre os seus membros, traduzida por euro obrigações, também significa euro ligações. 

É garantido que os eurobonds poderiam reforçar a solidariedade europeia, nivelar os juros dentro da zona euro, desatando o nó cego a que os sistema chegou: moeda forte e juros elevados, insuportáveis para alguns dos seus membros, dois dos quais (a Espanha e a Itália) de capital importância para a continuidade do euro e da UE? Não é.

E não é porque não haveria nenhuma garantia que, mais dia menos dia, as discussões com os incumpridores dos compromissos assumidos (não pagamento oportuno dos empréstimos ) não descambassem na demolição do edifício comunitário com todas as consequências que daí poderiam decorrer, incluindo a outra guerra na Europa.

Este cenário não é delirante, o ministro das Finanças da Polónia, um país que tem ainda muito presente as consequências dramáticas para o seu povo do conflito que terminou há menos de 70 anos, lançou o aviso esta semana. Conflito esse que está na origem da construção europeia, precisamente com o primordial objectivo prevenir a ocorrência de uma nova guerra entre europeus. 

O tempo urge e os adiamentos só podem complicar a tarefa complicada de desatar o nó. A União Europeia precisa de falar a uma só voz, disse há dias Passos Coelho em Varsóvia e, ainda que muitos concordem, eventualmente considerem até uma banalidade, a verdade é que não é isso que acontece, bem  pelo contrário. Merkel, após a teleconferência com Sarkozy e Papandreous reafirmou a decisão inabalável de "não deixarmos cair a Grécia"; hoje, de manhã, ouço na rádio, que a ministra das Finanças da Aústria declarou que é preferível deixar que a Grécia declare falência ...

Assim não vamos lá.
Se não é possível recuar, a UE não pode deixar de avançar para um governo federal. Democraticamente eleito. E, nesse caso, e só nesse caso, as eurobrigações podem garantir as ligações que a União Europeia precisa urgentemente de ver reforçadas. Compete à Alemanha definir-se. E os outros 26 também.

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Correl . - Dois artigos publicados anteontem no Financial Times, que transcrevi aqui e aqui,

Ministro polaco das Finanças fala em risco de uma guerra na Europa a médio ou longo prazo em caso de ruptura da UE

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