Friday, July 02, 2010

ILUSIONISMO

Mais dívida, maiores taxas, menos juros. É possível? Parece que sim. É o que se depreende do que é dito  aqui:

... curioso é que em Maio o fenómeno da queda dos “juros e outros encargos da dívida” ganha uma dimensão impensável: uma queda de 25,1% sobre o mesmo período de 2009!... Com o saldo da dívida sempre a subir (os mesmos 12,5%) e as taxas de juro sempre a aumentar!
E a mesma seráfica explicação oficial para este paradoxo contabilístico: o comportamento intra-anual destes encargos…

Se isto é verdade, e não há razão para supor que não seja, como se compreende que o assunto não seja discutido na AR?
Andará a oposição tão distraída? Ou não acompanha minimamente a evolução dos valores conhecidos das contas do Estado?

E o Tribunal de Contas? Só poderá dar pela aldrabice (se existe) quando os responsáveis já estiverem noutra? E a Comissão Europeia, o BCE, os bancos credores, etc., ninguém dá por nada?

A falta de fiabilidade não é apanágio das contas públicas apenas em Portugal. Mas numa altura em que a credibilidade conta mais que nunca, e o país está debaixo dos holofotes dos credores, parece incrível que a manipulação dos números possa transformar em queda aquilo que não pode ser senão uma inevitável e dramática subida.
À vista de todos e sem que ninguém dê pelo truque?

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