No mesmo dia em que Moutinho assinou pelo Porto por cinco épocas por onze milhões de euros, artistas juntam-se para protestar contra os cortes de 10% no orçamento da cultura.
O que é que tem a ver uma coisa com outra?, perguntava um ouvinte, há pouco, na Antena 1. E respondia: Aparentemente a transferência de Mourinho é um negócio privado, os cortes no orçamento da cultura uma decisão do governo. Realmente, não é assim. De onde é que vem o dinheiro com que os clubes de futebol pagam as verbas astronómicas sem que ninguém se espante? Como é que é possível que o cidadão comum se indigne (e com razão) com as verbas pagas a certos gestores e bata palmas de admiração aos valores várias vezes superiores pagos na transferência de futebolistas? Por que razão a televisão e a rádio públicas dedicam às questões culturais uma parte ínfima do tempo concedido aos espectáculos da bola?
Por uma razão simples: A bola é um narcótico, a cultura uma chatice, segundo os entendidos.
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