É difícil perceber a razão pela qual o PSD levantou a questão da revisão constitucional numa altura em que os problemas mais prementes já davam e sobravam para desencontros com o Governo, o PS, e muito, particularmente com o PM. Se pode perceber-se a intenção de frontalidade na clarificação de posições políticas por parte da nova liderança dita social-democrata, não se entende a urgência do confronto.
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Se, conforme ouvi há dias dizer, a ideia pode ser forçar um trade-off entre algumas propostas de alteração constitucional e a aprovação do OE para o próximo ano, o PSD arrisca perder antecipadamente um debate para o qual parecia partir em vantagem. No momento decisivo, se o PSD votar contra o OE dificilmente deixará de carregar com as responsabilidades perante a opinião pública pelas consequências, que podem ser dramáticas, na ordem interna e externa, da forte perturbação política que daí resultar.
Concorde-se ou não com as propostas do PSD (que, aliás, ainda não foram aprovadas pelos órgãos competentes do partido) a sua discussão pública seria salutar se a grave situação do País não requeresse a urgência de outros debates.
O que não invalida que, de entre esses debates urgentes, não se contem alguns das propostas mais controversas do PSD. Por exemplo: O financiamento do Serviço Nacional de Saúde.
Independentemente daquilo que possa ser o posicionamento político acerca do SNS, geralmente apreciado pelos seus utentes, não se escapa a um bloqueio sem mudança de estratégia: o crescimento do endividamento do País* não consente que, por muito mais tempo, o financiamento do SNS não seja reequacionado.
Apresentando a discussão uma lista longa de alterações constitucionais, o actual líder do PSD demarca o seu terreno do seu partido mas dá aos seus opositores (internos e externos) uma margem larga para prepararem os embates em que se vão confrontar.
E o essencial só será mal resolvido em situação de ruptura.
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*Défice do subsector Estado aumenta 6% em Junho
E o essencial só será mal resolvido em situação de ruptura.
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