Krugman, professor de economia e Nobel na especialidade e, antes de mais, norte-americano, volta a vaticinar* a saída forçada da Grécia do euro e que, por tabela, Portugal sairá a seguir.
Evidentemente que Krugman não baseia a sua opinião (não se trata de mais nada do que isso) senão na expectativa de que os gregos não vão conseguir suportar os custos do reajustamento da dívida pública, e, se o conseguirem, não serão capazes de inventar um modelo de coabitação pacífica com o euro que os afaste de uma recaída.
A opinião de Krugman é, eminentemente política. Krugman acredita, não conclui com base em qualquer dedução científica. Mas tem muitas hipóteses de acertar.
Antes de mais, não podemos desvalorizar as afirmações de Krugman perante os políticos interessados no seu vaticínio e dos eleitores em geral. Muita gente cita Krugman, Stiglitz, Martin Wolf, e outros gurus mesmo sem os ler. Se é Nobel, o que diz, para eles, é ouro.
Por outro lado, a Grécia vive em regime democrático e não é improvável que num próximo acto eleitoral não apareçam candidatos a sustentar os seus programas de salvação da pátria com propostas de abandono do euro, citando Krugman. Em tais circunstâncias, é muito provável que uma proposta dessas convença a maioria dos eleitores a votar nela desvalorizando os riscos e os custos incalculados que o regresso à dracma comportará. De tanto o anunciar, o lobo acabará por aparecer.
Por outro lado, a Grécia vive em regime democrático e não é improvável que num próximo acto eleitoral não apareçam candidatos a sustentar os seus programas de salvação da pátria com propostas de abandono do euro, citando Krugman. Em tais circunstâncias, é muito provável que uma proposta dessas convença a maioria dos eleitores a votar nela desvalorizando os riscos e os custos incalculados que o regresso à dracma comportará. De tanto o anunciar, o lobo acabará por aparecer.
Ouvido hoje sobre o prognóstico de Krugman, o PR português (vd aqui) considerou-a “Totalmente improvável.”
Como PR, não poderia afirmar outra coisa.
Como economista, sabe bem que aquele "totalmente" não tem lugar assegurado e muito menos vitalício.
Como PR, não poderia afirmar outra coisa.
Como economista, sabe bem que aquele "totalmente" não tem lugar assegurado e muito menos vitalício.
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*O prémio Nobel da Economia Paul Krugman acredita que “há uma possiblidade plausível de a Grécia ser forçada a sair do euro” e considera que isso contagiaria todos os outros países da zona euro, com especial incidência para Portugal, em entrevista ao El País, anteontem. vd aqui.
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